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Comitê da ONU pede rapidez no tratamento dos casos de pedofilia cometidos por sacerdotes

 

O Vaticano disse nesta quinta-feira (16) que não há desculpa possível para casos de exploração e violência contra crianças, mas destacou que os agressores estão presentes “em todas as profissões, incluindo membros do clero e o pessoal da Igreja”.

“Há responsáveis por abusos entre os membros das profissões mais respeitadas do mundo e, mais lamentavelmente, entre membros do clero e outros funcionários da Igreja”, disse Silvano Tomasi, representante do Vaticano na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.

Tomasi fez a apresentação do Vaticano perante a Comissão da ONU para os Direitos da Criança, na primeira participação da Igreja Católica em um órgão que vai escrutinar os abusos sexuais de menores cometidos por sacerdotes em todo o mundo.

O chefe da delegação do Vaticano reconheceu que a questão dos abusos contra crianças é particularmente grave quando o agressor goza de grande confiança e seu papel deveria ser o de proteger a pessoa, incluindo a saúde física, emocional e espiritual. “Essa relação de confiança é crítica e requer um grande sentido de responsabilidade e respeito em relação à pessoa que se serve”, disse Tomasi.

“A resposta ao fenômeno dos abusos sexuais de menores foi articulada em vários níveis”, explicou ele, ressaltando que o Vaticano ratificou a Convenção dos Direitos da Criança em 1990 e os respectivos protocolos em 2000. Tomasi acrescentou que o Vaticano formulou “diretivas” para facilitar o trabalho das igrejas locais, que desenvolveram também recomendações para evitar abusos. Ele citou a Carta para a Proteção das Crianças e Jovens, adotada pela Igreja católica norte-americana em 2005.

A comissão da ONU dedica a sessão de hoje à avaliação do cumprimento, pelo Vaticano, dos compromissos assumidos com a ratificação da Convenção dos Direitos da Criança.

Em dezembro, o Vaticano se recusou a responder a um questionário da comissão da ONU, enviado em julho, sobre os dossiês de pedofilia que estão sendo examinados pela Congregação para a Doutrina da Fé.

Fonte: Redação

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