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Confronto na fronteira entre Índia e China deixa mortos pela primeira vez em 30 anos

CONFRONTOS ENTRE MILITARES CHINESES E INDIANOS PROVOCAM MORTES

Três militares indianos morreram na noite desta segunda-feira (15) em confronto com soldados chineses no vale do rio Galwan, região do Himalaia, na fronteira entre os dois países. Foi a primeira vez em 30 anos que um enfrentamento entre as Forças Armadas de Índia e China deixou vítimas fatais.

Fontes do Exército citadas pela emissora indiana NDTV disseram que o coronel Santosh Babu e os soldados Havildar Palani e Sepoy Ojha não foram baleados, mas “mortos em combate corpo a corpo”.

A imprensa afirma que altos oficiais militares da China e da Índia estão reunidos na fronteira para fazer um acordo e impedir o agravamento do conflito.

Com 3.488 km de fronteira compartilhada, os dois países possuem armamento nuclear.

Segundo comunicado oficial do Exército indiano, o confronto levou a “baixas de ambos os lados”, mas o governo chinês não confirma nenhuma morte.

“Pedimos novamente à Índia que controle suas tropas na fronteira. Não atravessem a fronteira, não provoquem problemas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.

Até o momento, as informações são incompletas. Ajai Shukla, jornalista independente que cobre os conflitos na região, informou há pouco em sua conta no Twitter que o número de vítimas do lado indiano pode ser “muito maior” que o informado inicialmente.

Há pelo menos dez anos, a China investe em infraestrutura na região do Paquistão, país vizinho e rival histórico da Índia, buscando criar um corredor de escoamento de produção alternativo. Para isso, precisaria atravessar uma área sob domínio indiano.

Desde o começo de maio, os dois países vêm trocando acusações sobre avanços indevidos de tropas na fronteira. As tensões se elevaram há cerca de 40 dias, quando centenas de soldados dos dois países atiraram pedras uns contra os outros.

Índia e China mobilizaram suas tropas imediatamente, mas informaram que buscariam uma saída pacífica.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Índia comunicou nesta terça-feira (16) que a China violou um pacto de respeito à fronteira firmado no último dia 6.

No mesmo documento, a pasta afirma que está comprometida com a paz e a tranquilidade na região, mas que trabalhará para defender a soberania e a integridade territorial do país.

O confronto ocorre na chamada Linha de Controle, objeto de disputa durante a guerra sino-indiana em 1962, que redefiniu o desenho da região e deixou 1,3 mil mortos.

A maior parte do vale do rio Galwan pertence hoje ao estado indiano de Arunachal Pradesh, território chamado pelos chineses de Tibete do Sul.

A Índia é, desde 2017, um dos principais aliados internacionais dos Estados Unidos, que trava uma guerra comercial com a China.

Edição: Leandro Melito

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