Uma coalizão paramilitar do Iraque dominada por milícias xiitas próximas ao Irã, a Hashd Al-Shaabi, está pronta para intervir e impedir “um golpe de Estado ou uma rebelião”, caso o governo assim o ordenar, afirmou nesta segunda-feira (7) o líder do grupo.
No domingo (6), oito morreram em novos confrontos entre as forças de segurança do Iraque e manifestantes anti-governo.
Foi o sexto dia de embates. Há mais de cem mortes e 6.000 feridos.
O país vive a pior onda de violência desde o fim da guerra contra o Estado Islâmico.
Apesar de uma produção recorde de petróleo, a economia não cresce, e os manifestantes verbalizam descontentamento com a situação.
Denúncia de complô
Os paramilitares da Hashd querem “o fim da corrupção e não o fim do regime”, em resposta a um dos lemas dos manifestantes, disse seu líder, Faleh Al-Fayadh, em uma coletiva de imprensa em Bagdá.
Segundo ele, as manifestações fazem parte de um complô.
O líder afirmou “saber quem está por trás das manifestações” e “quem planejou uma queda do regime”, um plano que “fracassou” a seu ver. “Serão castigados”, acrescentou.
A Hashd Al-Shaabi atualmente é integrada, em grande parte, por tropas regulares iraquianas.
No domingo (7), o governo iraquiano anunciou uma série de medidas sociais em resposta às reivindicações dos manifestantes, com o objetivo de esvaziar um movimento de protesto que deixou quase 100 mortos em menos de uma semana.
Nascido através de apelos nas redes sociais, o movimento protesta contra a corrupção, o desemprego e a decadência dos serviços públicos em um país emergente há menos de dois anos de quase quatro décadas de conflito e na escassez crônica de eletricidade e água potável.
G1