A Guarda Costeira da Líbia resgatou 14 imigrantes que sobreviveram a um naufrágio de um barco no perto da capital Trípoli, na costa do Mar Mediterrâneo, e disse acreditar que outros 100 tenham se afogado.
Os sobreviventes, que foram levados a Al-Hmidiya, a 25 km a leste de Trípoli, relataram à agência AFP que os corpos de três bebês foram recuperados. Segundo eles, cerca de 120 pessoas estavam a bordo do barco que naufragou a cerca de 6 km da costa.
Separadamente, a guarda costeira afirmou que interceptou 200 imigrantes em outros dois barcos perto de Trípoli.
A Líbia é um dos principais pontos de embarque de migrantes que tentam atravessar o mar até a Europa, geralmente em barcos infláveis frágeis oferecidos por contrabandistas.
Alguns desses barcos conseguem atingir águas internacionais onde têm a esperança de serem resgatados por navios de ONGs. No entanto, um número cada vez maior é interceptado pela guarda costeira da Líbia, apoiada pela União Europeia (UE), e levado de volta ao país africano.
Integrantes das forças de segurança carregam corpos de bebês retirados do Mediterrâneo após naufrágio
Acordo migratório
Os líderes da UE, que enfrentou a maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, na madrugada desta sexta-feira (29) sobre a questão migratória, após a Itália exigir de seus sócios compromissos concretos na gestão da chegada de imigrantes ao bloco. A proposta prevê criação de centros para seleção de imigrantes e plataformas de desembarque fora do bloco europeu.
Travessia se intensificou em 2014
As saídas de imigrantes da costa da Líbia rumo à Europa se intensificaram em 2014, quando o conflito no país se agravou. Desde então, mais de 650 mil imigrantes atravessaram o Mar Mediterrâneo.
No último ano, o tráfico diminuiu graças à forte pressão da Itália contra as redes de contrabando na costa mediterrânea.
Desde 2015 a Itália recebeu quase 500 mil migrantes chegando pela costa. Neste ano, mais de 11.400 chegadas da Líbia foram registradas pelo Ministério do Interior italiano. O índice é mais de 80% menor do que o mesmo período entre 2016 e 2017.
G1