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Líderes das Coreias se comprometem a assinar acordo de paz

Após um longo período de tensão, Kim Jong-un sugeriu estar aberto ao diálogo com a Coreia do Sul em janeiro

Exatamente às 9.30 da manhã, hora sulcoreana (2.30 GMT), o líder supremo Kim Jong-um converteu-se no primeiro líder da Coreia do Norte a cruzar a linha de demarcação que divide a Península e pisar el solo sulcoreano. Com um gesto sério, saiu do pavilhão Panmungak e desceu os degraus para se aproximar da linha de demarcação, a fronteira entre os dois países. Ao outro lado da estreita linha de cimento o esperava o presidente do Sul, Moon Jae-in. Ambos se saudaram com um efusivo – e histórico – aperto de mãos, enquanto trocavam sorrisos e palavras, com gestos distendidos. Inclusive com ares despreocupados: depois de posar para os fotógrafos no lado sulcoreano, Kim murmurou umas palavras a Moon e ambos cruzaram a linha de demarcação para o lado do Norte, em um ato espontâneo, e assim tirar fotografias também em chão nortecoreano.

Em seguida, em um dia de sol radiante, ambos caminharam pelo tapete vermelho estendido especialmente para receber Kim. Os delegados militares norte-coreanos saudaram Moon; Kim não fez o mesmo com os soldados do Sul. Depois da solene cerimônia de boas-vindas, ambos celebrarão ao longo de todo o dia na Casa da Paz de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada, a primeira cúpula de mandatários coreanos em onze anos. O líder da Coreia do Norte escreveu no livro de honra: “Uma nova história começa agora” e ” é tempo para a paz e para começar um novo momento na história”. Além disso Kim Jong-un disse na reunião com o presidente Moon Jae-in que não quer que se produza uma repetição do passado onde não puderam ser “cumpridos os acordos”, afirmou.

“Sinto-me muito feliz. A primavera está aqui na Coreia e espero que todo mundo esteja pendente desta primavera”, disse por sua vez Moon Jae-in em referência à cúpula na que ambos países esperam alcançar uma paz que “florescerá” a partir do encontro. Assim mesmo, o líder sul-coreano agradeceu ao “secretário geral do Partido dos Trabalhadores por ter aceito se reunir”. “Por que não selamos um acordo de paz que seja um presente para o mundo?”, afirmou. “Nas últimas sete décadas não pudemos falar e poderíamos estar falando diariamente”, continuou Moon.

Kim e Moon preveem dialogar a respeito de um possível acordo de paz permanente que ponha fim à guerra (1950-1953) que ainda mantêm tecnicamente; vão debater vias para melhorar as relações entre os dois países e, sobretudo, falar sobre os passos para a desnuclearização da Coreia do Norte, a grande chave.

Durante uma pausa ao meio dia local, e depois de um almoço que a cada delegação consumirá por separado, os dois líderes plantarão conjuntamente um pinho, que invoca suas origens em 1953, no ano em que se assinou o armistício militar. A cúpula, a terceira da história entre dois líderes coreanos, servirá para preparar a reunião que Kim Jong-un têm previsto celebrar em maio ou junho com o presidente norte-americano, Donald Trump.

Kim veio acompanhado de uma comitiva na que se encontram sua irmã e assessora de confiança, Kim Yo-jong, e o veterano chefe de Estado, Kim Yong-nam. Após a conclusão das conversas, espera-se que os dois líderes assinem os acordos que venham a estabelecer, e façam a partir daí algum tipo de anúncio. A jornada será concluída com um banquete de boas-vindas antes que a delegação norte-coreana regresse a Pyongyang.

 

MACARENA VIDAL LIY

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