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Rússia revela projeto de resolução da ONU para implementar cessar-fogo na Ucrânia após negociações

Putin está vencendo com a Operação Militar Especiaçl

Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU, referiu que na quarta-feira (16) o país apresentará no Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução para resolver o conflito na Ucrânia.

A Rússia apresentará no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) um projeto de resolução humanitária sobre a Ucrânia, que incluirá um apelo para cessar-fogo negociado, anunciou aos jornalistas na terça-feira (15) Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU.

Segundo Nebenzya, a proposta russa “terá claras disposições humanitárias, tais como um apelo para cessar-fogo conseguido à base de negociações, a evacuação de civis, respeito ao direito humanitário internacional, condenação de ataques a civis e infraestrutura civil, passagem segura e sem obstáculos de cidadãos [e] acesso humanitário sem obstáculos”.

O texto a que a Sputnik teve acesso também prevê que o CSNU exija a proteção total dos civis, pessoal humanitário e pessoas em situações vulneráveis, incluindo mulheres e crianças. Além disso, o projeto de resolução insta a não utilizar a infraestrutura civil para hospedar instalações militares, e também não fazê-lo em áreas densamente povoadas.

Dmitry Polyansky, vice-representante permanente da Rússia na ONU, por sua vez, anunciou que a resolução será votada nesta quarta-feira (16).

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A ONU disse cumprimentar qualquer progresso na busca de um cessar-fogo e garantias de acesso humanitário na Ucrânia, segundo Farhan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da organização.

“Saudamos qualquer progresso pelas diversas partes no que toca à questão do fim das hostilidades e à criação de condições para a prestação de assistência humanitária. É preciso ver como estas resoluções terminam”, respondeu após ser solicitado para comentar o projeto de resolução russo.

A Rússia começou em 24 de fevereiro uma operação militar especial na Ucrânia, cujo objetivo o presidente russo Vladimir Putin indicou ser a “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia, e acabar com o “genocídio” perpetrado pelas autoridades de Kiev contra a população russófona na região de Donbass, cujas repúblicas populares Putin também reconheceu.

Já o Ministério da Defesa da Rússia sublinha que apenas estão sendo atingidos alvos militares.

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Defesa russa confirma que até 180 mercenários estrangeiros morreram em ataque a centros de treinamento ucranianos.

As forças russas usaram armas de longo alcance para atingir centros de treinamento na Ucrânia e infligir significantes perdas ao adversário, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia.

O Exército russo atacou na manhã deste domingo (13) centros de treinamento em duas localidades na Ucrânia, matando até 180 mercenários estrangeiros, disse Igor Konashenkov, representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia.

“Na manhã de 13 de março foi desferido com armas de alta precisão e de longo alcance um ataque a centros de treinamento das Forças Armadas da Ucrânia na localidade de Starichi e no polígono militar Yavorovsky”, de acordo com Konashenkov.

O major-general indicou que as autoridades ucranianas implantaram nesses locais “uma instalação de treinamento e de preparação para combate de mercenários estrangeiros, antes de serem enviados para as áreas de hostilidades contra militares russos, e também uma base de armazenamento de armas e equipamento militar vindos de países estrangeiros”.

“Em resultado do ataque foram eliminados até 180 mercenários estrangeiros e um grande lote de armamento estrangeiro”, detalhou o funcionário do Ministério da Defesa russo.

“A eliminação de mercenários estrangeiros que chegaram ao território da Ucrânia continuará”, prometeu ele.

Durante o domingo (13) as forças russas derrubaram um avião Su-24, perto de Novy Bykov, e 11 drones, incluindo dois Bayraktar TB-2, revelou Konashenkov, acrescentando que no mesmo dia foram alvejados 46 objetivos da infraestrutura militar da Ucrânia, incluindo três postos de comando, um sistema de defesa antiaérea, dois depósitos de munições e 33 áreas de concentração de equipamento militar.

Além disso, Igor Konashenkov observou que foram libertadas as localidades de Pavlovka, Nikolskoe, Blagodatnoe, Vodyanovka e Vladimirovka, com o avanço totalizando nove quilômetros ao longo do dia. Já as forças da República Popular de Lugansk capturaram aos nacionalistas a cidade de Popasnaya, afirmou.

“No total, durante a realização da operação [especial], foram eliminados 3.736 alvos da infraestrutura militar da Ucrânia. Foram destruídos 100 aviões, 139 veículos aéreos não tripulados, 1.234 tanques e outros veículos de combate blindados, 122 lançadores múltiplos de foguetes, 452 peças de artilharia de campanha e morteiros e 1.013 unidades de veículos militares especiais”, resumiu o representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia.

Em 21 de fevereiro, Vladimir Putin, presidente da Rússia, reconheceu a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Três dias depois, em 24 de fevereiro, anunciou uma operação militar especial na Ucrânia, com o objetivo de desmilitarizar e desnazificar o país em meio ao que chamou de “genocídio” de russófonos ocorrendo em Donbass.

Em resposta, os países do Ocidente, liderados pelos EUA e a OTAN, sem se envolver diretamente no conflito, têm enviado apoio militar e financeiro à Ucrânia e facilitado a chegada de mercenários estrangeiros que se candidatam para combater contra o Exército russo.

Desde que as nações ocidentais impuseram novas sanções contra a Rússia devido à operação militar especial do Kremlin na Ucrânia, os preços do petróleo dispararam, provocando receios de uma maior inflação global à medida que as empresas multinacionais do Ocidente aumentam o preço do combustível e do transporte.

Restrições e sanções contra a Rússia, que o presidente dos EUA descreveu como uma “vitória moral” contra o presidente russo Vladimir Putin, estão prejudicando os EUA, enquanto Putin está “vencendo” o impasse bilateral, disse o apresentador do canal Fox News Tucker Carlson.

Carlson criticou uma alegação feita por Biden e repetida pela secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, de que presidente russo é responsável pelo aumento dos preços dos combustíveis, salientando que as ações de retaliação contra Moscou levaram à inflação. Carlson afirmou que a inflação global ajuda a Rússia.

“Algumas pessoas consolaram-se com isso. Mas você tem que se questionar como isso é exatamente uma vitória moral contra Putin?

Rússia é um dos maiores produtores de petróleo […] Isso significaria que preços mais altos do petróleo ajudam Putin. Eles [preços] tornam Putin, e os sauditas, e os venezuelanos, e o Irã muito, muito mais ricos”, disse ele.

O apresentador de televisão do canal norte-americano Fox News observou que as sanções contra a Rússia e a proibição do fornecimento de combustíveis fósseis russos não são apoiados por todas as nações do mundo.

A União Europeia (UE) continua comprando petróleo bruto russo, embora Bruxelas afirme que o fluxo petroquímico de Moscou pode ser abandonado até o final de 2022, mas a UE não revelou de que forma isso poderá ser realizado.

De acordo com especialistas da indústria, Moscou pode continuar cobrando uma fortuna para vender seu petróleo e gás fora dos EUA, disse Carlson.

“Isso significa que o perdedor nesta política não é Vladimir Putin, ele é o vencedor. [O perdedor] são os EUA”, afirmou o apresentador.

Além dos aumentos dos preços dos combustíveis, os custos do trigo, fertilizantes, níquel e muitas outras commodities também estão subindo devido a problemas na cadeia de suprimentos e oportunismo corporativo, observa apresentador.

“Quem é que vai pagar por tudo isso?”, questionou Carlson, acrescentando: “São vocês. Este é o maior aumento de impostos de suas vidas”.

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Nesta semana, o presidente russo declarou que os EUA estão tentando enganar sua própria população ao culparem a Rússia pela alta do preço dos combustíveis.

“O fornecimento de petróleo russo para o mercado norte-americano não ultrapassa 3%. Esta é uma quantidade pequena, mas seus preços estão crescendo. Não temos absolutamente nada a ver com isso. Eles apenas se escondem atrás dessas decisões para enganar mais uma vez sua própria população”, disse Putin.

Ele também falou que Moscou não está fechada para ninguém, ao contrário, está pronta para trabalhar com todos.

Sputnik

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