Arthur Lira , Presidente da Câmara dos Deputados , apresentou a mais indecente e imoral das propostas em relação à pandemia e direito à saúde.
Após reunião com empresários, Lira passou a defender a possibilidade de empresas comprarem vacinas sem que atenda aos requisitos da Lei 14.125/21 – a qual estabelece a possibilidade de compra privada desde que haja uma doação de metade do adquirido para o Sistema Único de Saúde ( SUS ).
O Presidente da Câmara não só pretende retirar a obrigatoriedade de doação das vacinas para o SUS, como também pretende que nós, sociedade, financiemos as vacinas que serão adquiridas pelos empresários para uso próprio, uma vez que pretende isenção de impostos às empresas que comprarem a vacina.
Em defesa da sua absurda proposta, Arthur Lira disse “na guerra, vale tudo para salvar vidas”.
O que não explicitou é que descaradamente as vidas que quer salvar são apenas daqueles amigos que podem financiar sua campanha eleitoral, deixando o resto da população ao Deus dará, e fazendo com que nós paguemos a conta dos privilégios dos seus amiguinhos.
O que Arthur Lira e esses empresários de pouco espírito humanitário não compreendem é que a vacinação exclusiva deles, de seus amigos e familiares não contribuem em nada para o Brasil voltar à um cenário de mínima normalidade (algo que demorará muito para alcançarmos considerando o nível do colapso social, sanitário e econômico que estamos vivendo).
O Brasil só superará a pandemia quando houver vacinação em massa, vacina para todos e não para o pequeno grupo de ricos desse país.
Hoje nem 10% da população brasileira recebeu a primeira dose da vacina contra Covid-19.
Os dados sobre os vacinados refletem a desigualdade social e racismo estrutural de nossa sociedade. Pessoas brancas receberam o dobro de vacinas que pessoas negras, mesmo sendo negros e negras mais propensos a morrer por COVID-19, em razão de uma histórica privação de acesso à saúde e serem a linha de frente dos serviços essenciais.
O Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado poderiam ter pressionado Jair Bolsonaro a adquirir as vacinas no tempo adequado, não o fizeram.
Poderiam também ter aberto uma CPI para investigar os crimes e má gestão cometidos pelo Bolsonaro na pandemia, também não o fizeram.
Aliás, está na mão do Arthur Lira a análise de mais de 65 pedidos de impeachment que apontam com clareza os crimes de responsabilidade cometidos pelo Bolsonaro.
s mortes pela pandemia também correm na responsabilidade do Congresso Nacional, em especial nos ombros de Arthur Lira , que não só ratifica a política de morte bolsonarista como protagoniza hoje a mais alarmante das propostas feitas durante esse período pandêmico.
Pablo ValadaresLira