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Centrão foi quem mais destinou recursos por meio das emendas de relator

Dizem, os ratos do poder

O PP, PL, PSD, União Brasil e Republicanos, as siglas mais beneficiadas pelo chamado “orçamento secreto” do governo de Jair Bolsonaro (PL), são os responsáveis por 75% das chamadas emendas de relator que constam nos documentos entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apurou o O Globo.

Vale ressaltar que três desses partidos (PP, PL e Republicanos) compõem o centrão, braço do governo no Congresso.

As tais emendas de relator permitiram que políticos indicassem como a União deveria gastar parte do orçamento, sem transparência.

Cerca de 70% dos recursos destinados por meio do dispositivo não foram identificados nos papéis encaminhados à Suprema Corte. Dos R$ 36,4 bilhões, apenas os R$ 11 bilhões tiveram os responsáveis pelas destinações e as cidades beneficiadas reveladas.

Dos R$ 11 bilhões identificados, o PP movimentou pelo menos R$ 2 bilhões, por meio de 55 parlamentares. Este é o partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PR).

Só a mãe do ministro, a senadora Eliane Nogueira (PI), indicou quase R$ 400 milhões do orçamento secreto. Já o valor de Lira foi de R$ 357 milhões e de Barros R$ 17 milhões em emendas de relator.

O segundo partido que mais utilizou o dispositivo foi o PL, com emendas de relator que somam R$ 1,6 bilhão.

Na sequência está o PSD, que indicou R$ 1,6 bilhão, seguido pelo União Brasil com R$ 1,6 bilhão e Republicanos com R$ 1,4 bilhão.

O PSD abriga o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que destinou R$ 180 milhões só em 2021. Já o União Brasil conta com o relator-geral do orçamento de 2021 e vice-líder do governo no Congresso, o senador Marcio Bittar (AC), o parlamentar que mais destinou emendas (R$ 467 milhões).

A farra do orçamento secreto.

Ana Gabriela Sales

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