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Fábio Ramalho diz não ter consultado Maia a respeito de benefícios a deputados

Fábio Ramalho (MDB-MG), que é candidato à presidência da Casa, aprovou justificativas de faltas e reembolso de despesas médicas de parlamentares.

O primeiro vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), disse que não precisaria ter consultado o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), antes de aprovar um conjunto de benefícios a deputados, como justificativas de faltas e reembolsos médicos, na semana passada.

“Não falei nada com ele, não. Não tenho que falar com ele. Inclusive tinha pauta de interesse dele que resolvemos”, disse, sem dar mais detalhes.

Ramalho é candidato à presidência da Câmara, e a sua canetada foi vista por parlamentares como uma maneira de conseguir votos. A informação da aprovação por Ramalho de 250 itens de interesse dos deputados foi revelada nesta terça-feira (27) pela Coluna do Estadão.

“Não tem nada a ver (com a disputa eleitoral na Câmara). O esforço foi de seguir o que o regimento manda. O presidente tem que cuidar da Câmara. E não tem tido as reuniões da mesa diretora. É uma falta de respeito com a mesa. Se ele convoca, tem de estar lá”, declarou Ramalho, ao blog, sobre a falta dos encontros entre os dirigentes da Câmara dos Deputados, que inclui Maia, dois vice-presidentes e quatro secretários.

“Tinha coisa acumulada desde fevereiro”, declarou sobre a aprovação das faltas e de reembolsos com despesas médicas, que precisam ser chanceladas com a assinatura do presidente da Casa ou de quem está na função. Ramalho assumiu a presidência da Câmara no dia 21 de novembro, quando Maia ocupou o Palácio do Planalto no lugar de Michel Temer, que viajou para o Chile.

A reunião ocorreu na quarta-feira, depois de ser convocada por Ramalho, e participaram ainda os deputados JHC (PSB-AL), Giacobo (PR-PR) e Mariana Carvalho (PSDB-RO). De acordo com relatos, foram aprovadas dezenas de faltas dos parlamentares. Os números exatos só serão conhecidos após publicação da ata da reunião no Diário Oficial da Casa, o que deve acontecer na semana que vem.

“Tinha muita coisa acumulada, sem reunião da mesa. O presidente marcava, chegava às 9h30, 9h50, e ele desmarcava”, disse o primeiro-vice, destacando que a última reunião ocorreu em agosto, quando foi cassado o mandato de Paulo Maluf (PP-SP).

Além de Maia e Ramalho, outros cinco parlamentares pretendem disputar a presidência da Câmara no ano que vem. A corrida pela presidência tem levado os candidatos a fazerem afagos. Outra moeda é o projeto de lei que pode abrandar penas de diversos crimes, inclusive de corrupção.

Julia Duailibi

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