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Famílias acampam na Assembleia Legislativa em protesto contra desocupação de casas

Após a Justiça determinar a desocupação dos conjuntos habitacionais no setor Taquari, região sul de Palmas, as famílias que vivem no local resolveram se manifestar. Com faixas e cartazes, elas tomaram conta do prédio da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (11) e ocuparam os corredores da AL. Segundo Ronaldo Carvalho, que representa o movimento, as famílias vão ficar lá até ouvirem todos os deputados. Ele disse que cerca de 200 pessoas estão no local, além das crianças.
Os imóveis localizados na quadra T-23 são destinados a dois programas habitacionais e deveriam ter sido entregues em 2015, mas não ficaram prontos. Em outubro do ano passado, centenas de famílias, de vários lugares de Palmas, ocuparam as casas. Ronaldo argumenta que algumas famílias estão no local antes deste período.
Conforme Ronaldo, 300 famílias vivem nas casas. As obras são do governo do Estado com recursos do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Viemos para cá porque queremos uma resposta por parte dos deputados. Queremos ouvi-los. Eles também são nossos representantes. A pergunta que está entalada na garganta é: ‘Para onde nós vamos’?”, questionou.
Ele disse que apenas um deputado se manifestou até agora. Informou ainda que as famílias estão preparadas para passar o dia na Assembleia Legislativa. “Ou dois e três dias, quem sabe. Queremos uma resposta”, disse.

As famílias também devem procurar o Governo do Tocantins. “Cadê a verba destinada à habitação? Nós queremos apenas um lugar para ir, nem que seja um lote, não temos medo de colocar a mão na massa” argumentou ele.
O G1 aguarda posicionamento do governo a respeito da reivindicação das famílias. A assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa disse que a sessão está marcada para esta tarde, momento em que as famílias devem ser ouvidas pelos parlamentares.

Entenda

No início deste mês, a Justiça determinou a desocupação das casas no setor Taquari. A decisão afeta as famílias que invadiram os imóveis, que seriam destinados a dois programas habitacionais. Pela decisão, os atuais moradores têm 15 dias para deixar os imóveis voluntariamente, caso contrário a força policial poderá ser usada.
A medida foi determinada pelo juiz Roniclay Alves de Morais, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Palmas. Ele é juiz de primeira instância e por isto cabe recurso a decisão.
Na ação, o Governo do Tocantins alegou que a paralisação das obras em função das invasões prejudica o interesse público e a comunidade carente. De acordo com o estado, o poder público está sendo impedido de honrar os compromissos assumidos com a Caixa Econômica Federal e as construtoras contratadas.

G1

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