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Na caça ao voto, Temer deu verba até a deputado que não o apoiou

Final da votação do processo contra o presidente Michel Temer, na Câmara dos Deputados, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

Salvo pela Câmara da denúncia por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Michel Temer (PMDB) lançou mão de um expediente comum a presidentes brasileiros necessitados da boa vontade de deputados ou senadores: abriu os cofres, mesmo sem garantia da contrapartida em votos, e liberou emendas parlamentares, recursos previstos pela Constituição e disponibilizados aos congressistas para financiamento de obras e projetos em suas bases eleitorais.

Conforme levantamento da ONG Contas Abertas, o governo do peemedebista já empenhou em 2017, isto é, reservou, 3,4 bilhões de reais a serem pagos em emendas aos deputados federais, aos quais coube decidir se a denúncia prosseguiria ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou não – por 263 votos a 227, a acusação foi arquivada pela Câmara.

Segundo analise dos números  concluiu-se que, apenas entre junho – mês em que a acusação da PGR chegou à Câmara – e o dia 24 de julho, 3,1 bilhões de reais foram empenhados em emendas aos deputados. Entre janeiro e maio, o montante comprometido com este tipo de despesa havia sido de 327 milhões de reais. Ou seja, nos dois últimos meses, o governo destinou 869% mais dinheiro a emendas parlamentares que nos cinco primeiros meses do ano.

João Pedroso de Campos

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