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“Senado ajuda a passar boiada”, diz presidente da Comissão de Meio Ambiente

O senador Fabiano Contarato

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA),  fez um balanço sobre a situação do combate ao desmatamento das florestas no Brasil.

Ele criticou a atuação do Ministério do Meio Ambiente e disse que o parlamento é conivente com o desmonte ambiental no país.

“Quando chega no Senado nós temos também um comportamento negativo através de inação […] Eu sou presidente da CMA , são 17 senadores titulares e 17 suplentes, para abrir uma reunião eu tenho que ter 4 parlamentares e para deliberar 9.

Quantas reuniões eu já abri e fechei por falta de quórum? Eu fico triste, tá? É um desabafo! Na hora que você tem um crime ambiental todo político quer aparecer”, disse ao Congresso em Foco.

Na visão de Contarato, o Senado “ajuda a passar a boiada” ao tentar desburocratizar as leis de preservação do meio ambiente.

“Infelizmente existe projeto de lei no Senado e na Câmara, por exemplo, para determinar licença ambiental […] se não saiu a licença em seis meses está dada a licença com falso pretexto de desburocratizar. Eles estão querendo passar a boiada, literalmente”, afirmou.

Contarato fez um balanço das ações feitas através da Comissão no Senado e, de acordo com ele, o funcionamento das reuniões já teve  um crescimento de 32% em relação a todo o período anterior.

O plenário do Senado aprovou nesta quinta (17) a campanha “Junho Verde”, proposta de Contarato sobre a conscientização da preservação do Meio Ambiente.

O ministro do Meio Ambiente,Ricardo Salles,  que é criticado pelo senador Fabiano Contarato também já foi alvo de outros embates.

Segundo o Radar Clima & Sustentabilidade do  Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), parlamentares criticaram Salles 1504 vezes nas redes sociais entre janeiro e dezembro de 2019.

Em julho deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento do ministro por improbidade administrativa, a justificativa foi a “desestruturação dolosa” das políticas ambientais.

Na reunião ministerial do dia 22 de abril, o ministro defendeu “passar a boiada e mudar as regras” enquanto a atenção da mídia estava voltada para a pandemia de covid-19.

Recentemente, ele publicou um vídeo  negando as queimadas na Amazônia, mas o material apresentava imagens da Mata Atlântica.

Salles também respondeu ao ator Leonardo DiCaprio em uma crítica à política ambiental do governo brasileiro. “Vai por dinheiro?”, questionou o ministro no twitter.

Marília Sena

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