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A literatura: manifestação artística indispensável na formação cultural e social de um povo.

A literatura é a arte da palavra

A historiografia literária brasileira

Em seu poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta brasileiro do século XX, faz uma investigação sensível sobre o ofício de ser escritor, sobre a lida diária com as palavras em busca da materialização da poesia.

A literatura é uma manifestação artística que usa a palavra como matéria-prima, extraindo dela seus múltiplos significados ou usando-a como instrumento para falar da realidade.

“Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles, filósofo grego, séc. IV a.C.)

A literatura utiliza a língua como um instrumento de comunicação e interação.

Não está alheia ao seu papel social, sendo, pois, uma manifestação artística indispensável para a difusão da cultura e para a democratização do conhecimento.

Um escritor é um ser social e, inserido na realidade de um povo, capta situações e sensações, recriando a realidade ou transfigurando-a.

A literatura pode ser uma fotografia de seu tempo e servir a uma causa político-ideológica ou a uma luta social, sem jamais se desvincular de seu propósito artístico.

O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Embora esteja irremediavelmente ligada à língua, não está presa a ela: a literatura é livre para subverter regras gramaticais e para conferir plurissignificação às palavras em busca de novos sentidos.

Além do importante papel social, pode também (e jamais deve desvincular-se deste fim) proporcionar prazer ao leitor, resgatando assim a função hedonística que predominava em seus primórdios, conduzindo-o a mundos imaginários capazes de despertar sua sensibilidade.

“Literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano.” (Guimarães Rosa, escritor brasileiro, séc. XX)

 Luana Castro

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