Tempo - Tutiempo.net

A MAÇONARIA E A REVOLUÇÃO FRANCESA

A Revolução Francesa traçou novos e luminosos destinos para a Humanidade. A Declaração dos Direitos do Homem assegurou uma era de Liberdade.

Foi à maior vitória de todos, do Homem contra os privilégios e imunidades pecuniárias, da opressão, da escravidão, das jurisdições senhoriais e da supressão da pluralidade dos benefícios eclesiásticos. Promovidos pela Maçonaria, praticamente comandados pela Loja Verta Triomphante de Saint-Brieux.

Em 1775, na França já existia 104 lojas, das quais 23 em Paris, 71 nas províncias, 10 lojas militares e mais 45 em organização.

Em 1789 a França, contava com mais de 639 lojas Maçônicas, distribuídas da seguinte forma: 65 em Paris, 442 nas províncias, 38 nas colônias, 69 ligadas aos militares e 17 em países estrangeiros.

A Maçonaria lutava destemidamente pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Combatia a exploração do Homem pelo Homem. Batia-se pela dignificação do homem, a fim de que a todos fossem concedidos direitos iguais.

Empenhava-se ferrenhamente para que se fizesse Justiça sem distinção de classe social, para que o bem estar, o direito de viver não fosse privilegio de poucos e que a Liberdade também não fosse desfrutada apenas uma classe privilegiada e sim um direito e de todos.

Nada menos de 27 veneráveis de lojas Maçônicas eram sacerdotes católicos, dos quais 5 em Paris e 22 nas províncias. Só era aceito, quem tivesse conhecimentos intelectuais que lhes permitissem entender toda a grandiosidade da Maçonaria.

Os maiores intelectuais de então ingressaram na Maçonaria, como: J. Jacques Rousseau, Diderot, Voltaire, d\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\’Alembert, Laplace e tantos outros foram maçons.

A Maçonaria, na França, no último quartel do século XIX, torna-se um centro de reação contra a opressão dominante na Europa, onde havia classes privilegiadas, que exploravam os desprotegidos, usurpando-lhe tudo, inclusive o que há de mais sagrado: a Liberdade.

Cavavam-se masmorras, onde eram atirados os deserdados da sorte. A sombria Bastilha encerrava numerosas vítimas da tirania dos homens ambiciosos, opressores e desumanizados.

É importante a leitura do livro \\\”La Franc-Mçonnerie Française et la Préparation de la Révolution, que no seu prefácio consta a seguinte frase: \\\”Nas origens da Revolução, havia tão somente a Maçonaria\\\”.

A verdade é que a Maçonaria, cumprindo a sua elevada missão, soube preparar o espírito do povo francês para a conquista da Liberdade.

Não se tem como discutir que, depois da passagem de Jesus Cristo com o seu grandioso e profundo movimento espiritual, elevando o sentimento de humanidade, o maior acontecimento social foi à revolução francesa, liderada pela Maçonaria.

A revolução francesa deu ao homem uma nova consciência sobre o seu valor, desenvolvendo com mais profundidade o sentimento de dignidade e proporcionando-lhes compreensão sobre os seus direitos.

O médico e filósofo, John Locke, (maçon), nos últimos anos do século XVII, surgiu de forma destemida com o \\\”Ensaio sobre o Governo Civil\\\”, proclamou os direitos naturais do homem: \\\”Liberdade e Propriedade\\\” e que todo governo decorre da relação que na sociedade se estabelece entre governantes e governados, para o bem comum, passando a ser o governo uma delegação da soberania do povo em seus representantes.

No que diz respeito a vida religiosa, John Locke estabeleceu que o sentimento religioso está restrito à vida particular de cada homem; consequentemente o Estado deve garantir a cada um, a livre prática do seu culto no cumprimento dos seus deveres religiosos.

Todas as religiões devem ter os mesmos direitos e ser acolhidas com a mesma tolerância.

A doutrina de John Locke entrou nos lares dos oprimidos, como um ribombar dos sinos despertando-lhes ainda mais a consciência do direito de serem livres.

Em seguida surgem Veughan e Fenelón, arcebispos de Cambrai, protestando conta o absolutismo real, contra os desmandos dos reis e pregando a necessidade da criação de assembléias semelhantes às da Inglaterra.

Chega também Montesquieu com o \\\”Espírito das Leis\\\”, livro de grande repercussão, 22 edições em apenas 18 meses. Ele demonstrou a imprescindibilidade da divisão dos poderes do Estado para segurança da liberdade individual, falando a cerca dos direitos do homem.

Vem depois o sarcástico J, Jaques Rousseau, com o \\\”Contrato Social\\\”, que foi um grito enraivecido contra as iniqüidades, e diz que todos os homens são iguais e livres pelo nascimento, e que o objetivo da organização política não pode ser outro, senão assegurar a liberdade e a igualdade em face da lei e que a única soberania é a decorrente da vontade do povo.

Foi essa rebeldia de Rousseau contra o regime opressor vigente que fomentou nas multidões, ainda mais, o espírito revolucionário.

Nisso surge o destemido grupo de enciclopedistas, encabeçados por Diderot, organizador da Enciclopédia.

A Encyclopédie foi a obra principal de Direrot, que lhe consagrou grande parte da existência. Reunia todos os conhecimentos no meado do século.

Figuraram entre os principais colaboradores de Diderot: d\\\”Alembert, Condillac, Helvétius, o alemão Holbach, Daubenton, Voltaire, Buffon, Montesquieu e Rousseau, todos maçons, que passaram a constituir o grupo dos enciclopedistas.

As idéias expostas em L\\\’encyclopédie, rosbuteceram o espírito revolucionário, contribuíram para que se arregimentasse um maior número de homens dispostos a lutar pela liberdade, pelo respeito à dignidade humana.

Como resultado surgiu a Revolução Francesa. Criou-se a Assembléia que, no dizer de Hamel, no livro intitulado \\\”História da Revolução Francesa\\\”, página 103, diz \\\”era filha de Voltaire e de Rousseau\\\”.

Sem dúvida era a reação contra a realeza tão imprudente e opressiva, com um rei como Luís XVI, que em certa ocasião vociferou contra o povo dizendo: \\\”Se a canalha não tem pão, que coma feno\\\”.

A Assembléia, formada por 603 deputados, 477 deles eram maçons, proclamou: \\\”…. supressão de todos os privilégios, admissão de todos cidadãos aos empregos públicos, abolição de venalidade dos cargos, estabelecimento de uma justiça nacional e gratuita, igual repartição dos encargos públicos, o imposto livremente consentido, responsabilidade dos agentes do poder, liberdade individual, liberdade de consciência, liberdade de imprensa, esses foram os princípios aprovados e proclamados pela a Assembléia constituinte, e que lhe dão direito ao nosso imortal reconhecimento.

Era o Estado tornando direito constitucional o que anteriormente eram consideradas doutrinas subversivas.

Era a dignificação do homem. Era a proclamação vitoriosa do princípio de: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O homem deixava de ser lobo do próprio homem para cultivar o espírito de solidariedade fraternal. Foi a maior vitória da Maçonaria.    

Fonte: Carlos Lima

OUTRAS NOTÍCIAS