Tempo - Tutiempo.net

O inferno é aqui/Por Alberto Peixoto

Não há mais vaga para político brasileiro

Atualmente, em qualquer parte do país e até na grande mídia, ouvimos pastores evangélicos tresloucados apregoarem que só contrai covid-19 quem não está com Deus e sim, seguidores do diabo. “Nós evangélicos somos protegidos pelo Senhor Deus todo Poderoso, não vamos contrair este vírus mundano”.

A celebração dos cultos que no passado eram em louvor a Deus passou a ser um evento político. Politizaram a “Pandemia”, o vírus passou a ser um bom e lucrativo negócio com o simples objetivo de colher votos dos fiéis e a garantia do pagamento do imposto dizimal, enriquecendo as contas bancárias dos “falsos profetas”.

Em suas pregações, os líderes protestantes tentam convencer aos seus seguidores que o pagamento do famigerado dízimo vai aumentar a proteção divina contra todos os males, principalmente o Covid-19, proteção esta que foi transformada em um produto ou serviço para o contribuinte.

“Quem não é dizimista contrai o vírus espalhado na terra por Satanás e vai arder no fogo do inferno”.

“A verdadeira igreja de Deus somos nós. ELE não está aprisionado entre as paredes frias dos templos religiosos. ELE está em nós, na natureza, no sorriso de uma criança… em todos os lugares!”.

Os líderes religiosos contemporâneos transformaram Deus, Seu Filho Jesus e os dogmas, em um produto e serviço. Os colocaram nas prateleiras dos supermercados da fé e os estão vendendo a preços exorbitantes, mais do que Coca Cola, seja como vacina ou como um “negócio” qualquer bem lucrativo.

O impressionante é que vários pastores protestantes que pregaram este absurdo contraíram Covid-19 e vieram a falecer. Fica a pergunta: de que lado estavam estes religiosos? Por acaso estariam servido ao diabo? Por que Deus não os protegeu, então? Por este ângulo de visão, o diabo venceu mais uma.

Em ação movida pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE – os protestantes alegam que a suspensão de cultos e missas violam o direito fundamental à liberdade religiosa, o que motivou o ministro do Supremo Tribunal Federal – STF – Kássio Nunes Marques, protestante, em um ato irresponsável, autorizar a realização destes eventos em todo país.

O dízimo tem como principal objetivo garantir a uma comunidade a possibilidade de expressar a sua fé, atender as necessidades dos mais carentes e as necessidades da vida, do ser humano e da igreja.

Porém, em alguns casos, o dízimo e a imunidade da igreja são usados também como uma via de lavagem de dinheiro. Esta prática é perfeita para quem precisa dissimular o aumento de sua renda e escapar da tributação, lavando o dinheiro do crime organizado. A igreja não emite nota fiscal nem recibo no ato do pagamento do dízimo.

Alberto Peixoto – escritor

OUTRAS NOTÍCIAS