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O mau caráter nem sempre é um problema de genética

Eis a foto dele

Antigamente muito se falava de que as pessoas são uma resposta de sua origem.

E assim, terminou se tornando um entendimento majoritário em inúmeras regiões da terra. Entretanto, felizmente não é regra.

Sabemos perfeitamente que diversas pessoas nascem com caráter duvidoso tendo pais extremamente honestos.

Pode acontecer também que num cesto cheio de boas maças uma já nasça podre.

Às vezes você identifica uma personalidade nefasta apenas observando seus progenitores. Não por causa da genética e sim pelo ambiente e pelo comportamento.

Mas, existem casos que é difícil se diagnosticar. São aqueles que concentram todos os predicados ruins, desonestos, mentirosos, maledicentes, covardes, bajuladores, maquiavélicos, dissimulados, são os verdadeiros lobos disfarçados em simples cordeiros.

Todos nós, infelizmente, convivemos com esse tipo de gente que para alcançar seus objetivos mentem, enganam, roubam a consciência do semelhante, esmagam e negociam com o que não possui.

Incrível o quanto de mau-caratismo existem nessas pessoas.  Tudo camuflado numa aura de bom menino, que vende uma falsa imagem, mas, se visto sem a emoção do momento, não passam de hipócritas que na maioria das vezes se fazem de coitados para enganar e levar vantagem.

Ultimamente tenho enfrentado uma situação criada por uma dessas pessoas.

O mau caráter e o maquiavelismo desse cidadão, se é que assim podemos chama-lo, é um gene que sobra na sua personalidade.

O engraçado de tipos assim é que, quando são descobertos, choram, esperneiam e tentam transformar as situações em duvidas, para que no fim das contas ninguém consiga concluir o culpado.

Vamos tomar por exemplo um caso real. Em uma determinada emissora de Rádio, ficou decidido que um evento seria realizado pela própria emissora sob a coordenação e participação cotista de um funcionário da Casa.

A emissora também possui horários terceirizados. Um desses horários também mostrou interesse de fazer o evento. A direção da emissora disse que havia decido por outra pessoa e que a própria emissora realizaria as transmissões.

Inconformado, o referido terceirizado passou a comercializar o evento como se ele fizesse parte da coordenação do evento, se colocando também como protagonista.

Para comercializar o seu horário terceirizado argumentava que também estaria transmitindo o evento. Vendendo o que não tinha para ser vendido.

E assim manteve contato com diversos clientes, entre eles, governo do Município, governo do Estado e muitos outros.

Não seria mais digno e honesto dizer que realizaria a transmissão apenas no seu horário e mais uma hora de outro programa que lhes fora cedido com o a aquiescência da direção da emissora, que o fez com a intenção de ajudar.

Mas não lhe bastou a oportunidade que lhes fora concedida, o espírito que ele adotou foi de prejudicar, aproveitar-se da ocasião para cuspir o seu veneno.

Mesmo sabendo que a direção da empresa abriu mão de dois eventos, ainda este ano, para que ele fizesse a transmissão e a comercialização.

Isso me lembra da fábula do escorpião e do sapo:

Um dia, um escorpião olhou ao seu redor na montanha onde vivia e decidiu que queria uma mudança. Ele, então, partiu numa jornada através de florestas e colinas. Ele passou sobre pedras e sob vinhas e continuou em frente até alcançar um rio.

O rio era largo e rápido, e o escorpião parou para reconsiderar a situação. Ele não via nenhum caminho através. Ele correu rio acima e verificou abaixo, o tempo todo pensando que talvez tivesse que voltar.

De repente, ele viu um sapo sentado nos juncos na margem da correnteza do outro lado do rio.

“Olá, Sr. Sapo!” chamou o escorpião sobre a água, “Você faria a gentileza de me dar uma carona nas suas costas para atravessar o rio?”

“Mas bem, Sr. Escorpião! Como sei que, se eu tentar ajudá-lo, você não vai tentar matar-me?”, perguntou o sapo hesitantemente. “Porque”, respondeu o escorpião, “se eu tentar matá-lo, eu também morreria, pois você bem vê que não sei nadar!”

Isso pareceu fazer sentido ao sapo, mas ele perguntou: “e quando eu me aproximar da margem? Você ainda poderia tentar me matar e voltar para a terra!”

“Isso é verdade”, concordou o escorpião, “mas aí eu não seria capaz de chegar ao outro lado do rio!”

“Certo… com saberei que você não vai esperar até que atravessemos o rio e então me matar?”, perguntou o sapo.

“Ah”, murmurou o escorpião, “porque após você me ajudar a atravessar o rio eu estarei tão grato por sua ajuda que seria muito injusto recompensá-lo com a morte, não seria?”

Então o sapo concordou em levar o escorpião através do rio. Ele nadou para a margem e se posicionou na lama para pegar seu passageiro. O escorpião rastejou para as costas do sapo, suas garras afiadas espetando o couro macio do sapo, e o sapo escorregou para dentro do rio. A água lamacenta rodopiou em volta deles, mas o sapo se manteve próximo à superfície para que o escorpião não se afogasse. Ele esperneou com força na primeira metade da correnteza, suas patas batendo contra o rio.

O sapo sentiu uma forte picada e sabia que o escorpião o havia espetado. “Por que você fez isso”, perguntou ele, “se você me ferroar vamos ambos afogar”. Disse o escorpião: “perdoe-me, mas não posso evitar pois é minha natureza. Não farei de novo.” Então o sapo continuou a nadar e, alguns minutos depois, sentiu outra ferroada. “Escorpião”, disse ele, se você ferroar não poderei levá-lo através do rio e nos afogaremos ambos.”

“Não foi minha intenção”, disse o escorpião. “É minha natureza mas não acontecerá de novo”.

Eles estava quase do outro lado do rio, quando o sapo sentiu uma terceira ferroada aguda nas suas costas e, do canto de seus olhos, viu o escorpião retirar o ferrão. Um torpor intenso começou a lhe afetar os membros.

“Seu tolo!”, esbravejou o sapo, “Agora ambos morreremos! Por que você fez isso quando disse que não faria de novo?”

O escorpião encolheu os ombros e saltitou nas costas do sapo que se afogava. “Não pude evitar. É minha natureza.” E ambos afundaram nas águas lamacentas do rio veloz.

O que devemos fazer nessa situação, será fugir ou enfrentar?

Fiquem os amigos sabendo que pessoas assim não gostam de ninguém, não tem apresso a nada, são quase psicopatas, se já não forem de verdade.

Querem tudo para eles, o que é deles, o que é seu, o do vizinho e tudo mais que possam abraçar e “possuir”.

Não vamos fugir dos problemas, vamos enfrenta-los em todas as situações, como funcionário ou não; como ser humano digno; como pai de família, como homem. Seja onde for essa é uma luta da qual não se pode fugir.

Nossa dignidade está acima de qualquer consequência. Ela deve ser mantida, não importa o custo, principalmente quando já tenhamos enfrentado situações muito mais delicadas e sobrevivemos sem sequer arranhar nossa integridade; caráter; honra e a nossa dignidade.

Cuidado com quem você se relaciona. Pode ser que esteja convivendo com um escorpião sem saber.

Carlos Lima

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