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Os “limpinhos” de Curitiba

República de Curitiba

Não é propriamente novidade, desde que se popularizou o termo do poeta Antonio Maria sobre as “mal-amadas” para falar das lacerdistas.

Mas, na falta do planejado clima de tensão do que seria a véspera do depoimento de Lula a Sérgio Moro, a Anna Balloussier, na Folha,   faz interessante reportagem sobre alguns sociopatas que habitam uma casinha de madeira, diante da vara do justiceiro de Curitiba.

São os bufões, apenas, de uma corte de gente muito esperta e poderosa, e não os vilões da história.

São as  “folclóricas” emanações  que estas síndromes persecutórias, que se desenvolvem a partir de um símbolo de pureza e castidade,  produzem na vasta fauna humana.

Funciona atraídos por um ímã de recalques, um pólo para as frustrações e vazio de existências, uma “causa” para quem nunca as teve e consumiu a existência com fofocas, maledicências, suspeitas, ciúmes e tudo o mais que a mediocridade obtusa é capaz de produzir em almas sem flor.

Incapazes do amor, é do ódio que fazem seus espinhos e passam a a viver do paradoxo.

Em lugar da liberdade, amam a prisão. E a discórdia, o conflito, a culpa, a acusação, o castigo, o sofrimento alheio que lhes dá prazer, porque a dor das pessoas é, de fato, o alimento de suas deformidades.

E Moro, por isso, é o seu herói, o que trará o castigo sem limites, o que fará de tudo terra arrasada, como um deus tirano, que ama a punição, sobre uma humanidade que é só pecado e devassidão.

Os “passaportes” da República de Curitiba mostram bem o que o seu país, mesmo, não é o Brasil, a sua diversidade, a sua complexidade, a sua vastidão humana.

Conformam-se àquela decantada, mas já decadente, imagem de Curitiba.

A frase de uma dos espectros que acampam por lá resume tudo o que querem da existência: “A gente pelo menos é limpinho.”

Fernando Brito

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