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A morte de Kaique Augusto dos Santos temos muito o que lutar contra a homofobia

Difícil, impossível mesmo acreditar na versão que a polícia paulista fez constar no atestado de óbito de que o menor Kaique Augusto dos Santos, de 17 anos, suicidou-se atirando-se do Viaduto 9 de Julho no centro de São Paulo. É muito mais plausível a suspeita, convicção mesmo da família, de que Kaíque foi mais uma vítima de crime homofóbico.

“Arrancaram todos os dentes e espancaram muito a cabeça dele. Ele foi vítima de homofobia. Nós acreditamos nisso. Não tem prova, mas a gente acredita que foi isso”, diz a irmã de Kaíque, Tainá Uzor. A família diz que Kaique estava bastante machucado e que tinha, inclusive, uma barra de ferro atravessada na perna. Na noite de 6ª feira passada o adolescente estava com amigos em uma festa em uma boate no Largo do Arouche, no centro da capital.  

Um dos colegas conta que ele saiu do local dizendo que ia procurar os documentos que havia perdidos e horas depois foi encontrado morto.Os parentes ficaram dois dias procurando o rapaz em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML). Por estar sem documentos, o corpo ficou até 3ª feira no IML como indigente.

“Eu quero justiça”

O jovem foi enterrado sem velório por causa do estado de seu cadáver. Amigos combinam pela internet uma cerimônia simbólica, a ser realizada amanhã, no Largo do Arouche. “Eu vi o corpo do tórax para cima. Ele estava destruído. A perna estava com um machucado bem grande”, disse a mãe de Kaique, Isabel Batista. Ela disse esperar encontrar os responsáveis pela morte do filho.

“Eu quero justiça. E não vou parar, vou até o fim. Assim como eu localizei o corpo dele, vou localizar os assassinos”, afirmou. O caso foi registrado como suicídio, mas agora os policiais do 3° DP, nos Campos Elíseos, vão investigar se o jovem foi assassinado. O laudo da perícia, pronto em 30 dias, deve apontar a causa da morte.

Atos dessa natureza sempre indignaram o ex-ministro José Dirceu, que contra eles se manifestou com frequência, considerando inadmissíveis que ainda persistam o preconceito e a violência contra a população LGBT em pleno século XXI. Ele na certa estaria protestando contra um crime dessa natureza se estivesse escrevendo seu blog nestes dias.

Sua equipe o faz por ele e registra que são crimes que cobrem o país de vergonha e mostram o quanto ainda é longa a luta que se tem pela frente contra a discriminação por gênero. E o quanto é fundamental o engajamento de todos nós nela para conquistarmos um Brasil que respeite e valorize a diversidade do seu povo.  

Fonte: Redação com informações da equipe de Dirceu

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