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A saída da crise está presa na Bastilha e a construção civil encolhe

Estadão e Folha, reproduzidos aí em cima, estampam manchetes que dão corpo àquilo que, ontem, já se havia dito aqui: o pessimismo tomou conta do meio empresarial nas áreas industrial e comercial e deixou o mercado financeiro como único lugar onde há perspectivas de ganhar dinheiro no Brasil.

Ou perder, dada a situação de instabilidade que, aqui e lá fora, toma conta da economia.

O que estava ruim, piorou e indica que irá piorar ainda mais, com destaque para o setor de construção civil que, à exceção do emprego doméstico – mais difícil de medir, por conta de sua pulverização – é o que mais emprega no país.

Não há surpresa nem mistério nestes índices: são reflexo óbvio da paralisia que tomou conta do Governo Federal, sobretudo, e dos governos em todos os níveis.

Hoje, dia do aniversário da Queda da Bastilha, não é exagero dizer que as perspectivas econômicas do país estão prisioneiras, tanto quanto o ex-presidente Lula está, numa cela de Curitiba.

Não há solução possível para reativar a economia brasileira senão pela recuperação de um clima de normalidade política e cada vez fica mais nítido que o que está encarcerado, para valer, é o desejo do país de voltar aos tempos de crescimento econômico.

O discurso conservador não tem o que prometer senão “ordem” e “lei”, uma espécie de brioches modernos a quem vai faltando o pão.

A tragédia que se vê nas ruas das grandes cidades, com assaltos por toda a parte e um crescente multidão dormindo nas calçadas ajuda a dar alguma adesão de classe média a este primarismo mental.

Bom, bonito e simpático dizer que o país precisa de institucionalidade, mas que institucionalidade é possível numa situação como a que estamos?

O Brasil está sendo dirigido por gente – na economia e nos aparelhos de Estado – que não consegue alcançar a ideia de que ou temos um política inclusiva ou não teremos política alguma que se sustente.

Nada lhes passa à cabeça para resolver seus problemas senão trazer um rottweiler para tomar conta da casa

Fernando Brito

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