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Apagão atinge 11 Estados e analistas alertam para fragilidade do sistema

Pelo menos 11 Estados nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte ficaram sem energia elétrica na tarde de ontem por causa de falhas na linha de transmissão entre Colinas (TO) e Serra da Mesa (GO). Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o restabelecimento da interligação entre o Norte e o Sudeste ocorreu 38 minutos após a queda da energia. Mas algumas localidades chegaram a ficar quase duas horas sem luz. O apagão afetou cerca de 6 milhões de pessoas, segundo o ONS.

O operador explicou que, para evitar que o apagão atingisse uma fatia maior da população, as distribuidoras tiveram de fazer cortes selecionados, de cargas menos essenciais. Mesmo assim, a queda interrompeu o fluxo de 5 mil megawatts (MW) de energia vinda da Hidrelétrica de Tucuruí, o que representa cerca de 8% da carga do País. Até o início da noite de ontem, o presidente do ONS, Hermes Chipp, ainda não sabia informar os motivos do apagão.

 

Chipp, que vai se reunir amanhã com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ministério de Minas e Energia, descartou a possibilidade de o desligamento ter sido provocado por sobrecarga na transmissão. Segundo ele, a linha transportava 4,8 mil MW enquanto o limite era de 5,1 mil MW. Mas a explicação não convenceu especialistas e executivos do setor, que viram o apagão como sinal de alerta no sistema. Não bastasse o baixo nível dos reservatórios, provocado pelo pior janeiro dos últimos 60 anos, a demanda de energia, especialmente no Sudeste, tem batido recordes consecutivos desde o mês passado.

 

Nos últimos dias, coincidentemente, os horários de maior demanda ocorreram entre 14h30 e 15h30. Antes o pico de consumo ocorria por volta de 18 horas. Mas, com as altas temperaturas, o horário foi deslocado para o início da tarde. Ontem, a temperatura no Rio de Janeiro, por exemplo, alcançou 40,8 ºC. Junta-se a isso o aquecimento das linhas de transmissão – algumas antigas e frágeis – com o calor excessivo. Tudo isso ajudaria a derrubar o sistema numa interligação grande como a Colinas -Serra da Mesa, afirma um executivo.

 

Outra possibilidade levantada por especialistas é que, com os reservatórios em baixa, o ONS passa a otimizar mais a operação do sistema e eleva o volume de intercâmbio entre regiões. A operação pode sobrecarregar a subestação.

 

Para o diretor da Thymos Energia, Ricardo Savoya, a situação do sistema é delicada – o sistema Sudeste-Centro-Oeste está com 39,58% da capacidade de armazenamento. Além do problema pontual de calor acima da média, o consumo de energia vem crescendo consistentemente por causa do aumento da renda e do crédito. Ao mesmo tempo, usinas e linhas de transmissão que deveriam entrar em operação estão atrasadas. “Se alguma obra prevista para este ano não entrar em operação, a situação pode piorar.”

 

Fonte: Redação com informações do Msn/ Foto : Web

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