Durante o 38º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, realizado em São Paulo (SP), no domingo (15), o presidente do evento, Guilherme de Carvalho Campos Neto, destacou a complexidade do setor, especialmente no que diz respeito ao uso de materiais radioativos.
Segundo ele, a medicina nuclear exige produção constante de insumos que, em muitos casos, não podem ser importados devido ao rápido decaimento radioativo.
“Muitas coisas simplesmente não dá para importar, então a gente acaba produzindo aqui”, explicou em entrevista à Sputnik Brasil.
O Brasil ainda depende de alguns insumos internacionais, de países como Rússia, através da estatal Rosatom, dos Estados Unidos, da Alemanha e da França, que são os principais fornecedores.
Mesmo com a dependência parcial, Campos Neto destacou que o Brasil tem avançado na produção local de materiais necessários para procedimentos, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, que inclui químicos e físicos especializados.
“É um orgulho para a gente que a grande maioria dos procedimentos feitos lá fora também possam ser realizados aqui. O Brasil está bem posicionado nesse aspecto”, disse ele.
Ele acrescentou que o Brasil tem se destacado pela capacidade de produção interna desses insumos, já que muitos materiais não podem ser importados devido ao rápido decaimento radioativo.
Isso força maior transferência de tecnologia de países como Estados Unidos e nações europeias.
“Foi um congresso que permitiu, além da troca de conhecimentos científicos, a comunicação entre os profissionais que estão na linha de frente da medicina nuclear no Brasil. Esse diálogo é fundamental para o desenvolvimento contínuo da especialidade no país”, afirmou Campos Neto.
Ele frisou que a medicina nuclear se diferencia de outras áreas por sua complexidade, especialmente em relação ao uso de materiais radioativos.
A medicina nuclear é uma área da saúde que utiliza materiais radioativos para diagnósticos e tratamentos. Um dos principais exames, o PET-CT, é usado para detectar tumores e doenças neurodegenerativas, como demências.
O exame envolve a aplicação de um radiofármaco, que se liga aos tumores e emite radiação, permitindo que as imagens mostrem o metabolismo do corpo
Guilherme Correia