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Confissão de Moro e FBI: processos contra Lula precisam ser anulados

Moro enganando Lula

Dois novos fatos apontam, mais uma vez, para a fraude que é a operação Lava Jato, que nos primórdios do golpe de Estado contra o PT aparecia como um bastião da ética contra a corrupção. Há muito tempo, o setor mais esclarecido da luta política denuncia que a “campanha contra a corrupção” da operação é uma farsa.

No ano passado, com o vazamento de informações sobre a Lava Jato, a máscara foi desvendada para um público ainda maior, constrangendo inclusive a grande imprensa capitalista que defende Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros.

Agora, duas novas revelações reforçam o acerto dos que, desde os princípios da operação, denunciaram que não se podia cair em campanha demagógica “contra a corrupção” defendida pela direita – e com apoio de setores confusos e/ou pró-imperialistas da esquerda.

São elas: o novo vazamento, publicado em reportagem pela Agência Pública e o The Intercept Brasil, que comprova a participação do FBI na força-tarefa da Lava Jato; e a declaração do ex-juiz Moro de que esteve “no ringue” contra Lula.

Primeiramente, o novo vazamento comprova o que já era especulado por todos com bom senso político e conhecem a história: a Lava Jato foi uma operação dos Estados Unidos para garantir os interesses dos norte-americanos.

A participação do FBI com os procuradores de Curitiba – sem nem mesmo o conhecimento do Ministério da Justiça – é ilegal e é um golpe contra a soberania do País.

Mas isso é ainda pior quando lembramos que a Lava Jato foi o principal instrumento do imperialismo para realizar o golpe de Estado que derrubou o PT e impôs um regime político de terra arrasada.

De fato, a Lava Jato atuou para garantir os interesses dos monopólios norte-americanos. Primeiro, através de uma campanha para destruir as empresas nacionais que cresciam no mercado mundial, como as empreiteiras – em especial, a Odebrecht.

Desta forma, eliminavam-se concorrentes mundiais importantes para garantir o controle de empresas estrangeiras no âmbito internacional. Da mesma forma, abriam espaço para a dominação de empresas estrangeiras no âmbito nacional.

Segundo, através de uma campanha política contra adversários representantes, ou do movimento operário e da esquerda, ou de um setor da burguesia nacional (como no caso dos governadores do Rio de Janeiro anteriores a Wilson Witzel – Cabral, Pezão, Garotinho, etc.).

A questão Lula e PT, neste ponto, foi central. Era preciso, para facilitar a dominação política dos Estados Unidos no Brasil, eliminar o principal partido de esquerda e sua principal liderança do poder.

Desta forma, o conjunto da burguesia (inclusive o setor prejudicado pela Lava Jato) se uniu para derrubar Dilma, e a Lava Jato, em seguida, foi atrás do ex-presidente.

A condenação de Lula no caso do Tríplex no Guarujá e os outros processos que existem contra ele são todos uma farsa, sem consistência e com fraudes. Na realidade, as provas apontam no sentido da inocência de Lula, mas isso não impediu o juiz Sergio Moro de prendê-lo. E aí, chegamos na segunda nova revelação.

Há muito, Moro é denunciado por cometer perseguição política contra o ex-presidente. Agora, ele mesmo confessou. Enquanto juiz, entretanto, ele não deveria ter o papel de inquisidor ou de acusador, mas – teoricamente, segundo as leis abstratas do direito – julgar imparcialmente a acusação de Lula pelos procuradores da Lava Jato.

Moro confessou estar “no ringue” contra o ex-presidente e, desta forma, admitiu ter atuado parcialmente no caso.

A condenação de Lula, por sua vez, permitiu a ascensão do governo de Jair Bolsonaro em eleições fraudadas pela Lava Jato, com o aval de todo o Poder Judiciário. Moro, que foi elemento-chave na fraude, tornou-se ministro de Bolsonaro, cujo principal oponente eleitoral era Lula.

Resumindo, está comprovado por “A + B” que a Lava Jato é uma operação de dominação política do imperialismo norte-americano no País e, portanto, um ataque à soberania nacional.

Seus integrantes deveriam ser julgados por crimes de lesa-pátria e todos seus feitos deveriam ser anulados, principalmente a condenação de Lula, que foi uma farsa em seu conjunto. Ademais, todo o processo político (reformas, decretos, eleições, etc.) realizado após o golpe de 2016 deveria ser cancelado, pois tanto no governo Michel Temer, quanto no governo Bolsonaro, foi produto de um crime.

Juca Simonard

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