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Eduardo Pazuello não sofrerá punição do Exército

PAZUELLO FAZ DISCURSO JUNTO A BOLSONARO

Em artigo na folha de S.Paulo nesta terça-feira (25), Guilherme Boulos (PSOL) afirma que o “Exército Brasileiro está no fio da navalha desde o início do governo”, mas ao levar Eduardo Pazuello, general da ativa e ex-ministro da Saúde, ao ato com motociclistas no domingo (23), Jair Bolsonaro “ultrapassou a linha vermelha”.

“Se um general pode, um cabo e um soldado também podem. Podem inclusive animar-se a seguir o conselho escroque de um dos filhotes presidenciais e chegar de jipe em frente ao Supremo. Ou ao Parlamento, à sede de um partido de oposição, enfim, podem atuar como agentes políticos independentes da instituição de que fazem parte, a qual é nada menos que o braço armado do Estado”, diz Boulos.

Boulos diz que o ato foi “bem calculado” por Bolsonaro por estar no seu pior momemnto: baixa popularidade, crise econômica e sanitária e a CPI no encalço.

“Quando ele [Bolsonaro] demitiu o general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa por resistir à politização, os comandantes das três Forças entregaram os cargos em uníssono, num gesto inédito.

A mensagem do alto oficialato foi clara. Que Bolsonaro pretenda mobilizar as baixas patentes – sua origem no Exército – e estimular a quebra de hierarquia é consequência disso. O precedente de Pazuello no caminhão de som caiu como uma luva”, afirma o líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo.

Boulos diz que Bolsonaro faz gestos claros para a quebra de hierarquia no Exército e que não vai parar, pois “a única estratégia que lhe resta é a fuga para a frente”.

“O episódio de Pazuello representa uma encruzilhada tão decisiva para o país. Se o Comando do Exército não o punir de forma exemplar, permitirá um caminho sem volta de politização bolsonarista da tropa, com consequências dramáticas para a República. As próximas horas dirão”, diz Boulos. (Plinio Teodoro)

E aqui está decisão do comandante do Exército.

O Exército brasileiro decidiu não punir o general Eduardo Pazuello por ato com o presidente Jair Bolsonaro, realizado no Rio de Janeiro, em 23 de maio.

Em nota, disse que “em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”.

Também informou que “Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General PAZUELLO” e que arquivou o procedimento.

O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, participou, sem máscara, de um ato político, no Rio de Janeiro, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, também sem máscara, no dia 23 de maio.

A participação aconteceu dias depois de o militar falar à CPI da Pandemia, no Senado. (CNN)

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