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Felipe González faz alerta sobre “sinais de intolerância” no Brasil

Lula e González

O ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe González disse que vê com preocupação “sinais de intolerância” no Brasil.

“Fico preocupado porque o Brasil é um país de tolerância, de convivência”, afirmou o político em um evento realizado em São Paulo junto com o ex-presidente Lula.

González insistiu no “diálogo” como forma de solucionar conflitos na democracia.

Em uma avaliação sobre o cenário espanhol, disse que a esquerda perdeu o poder no seu país porque fez transformações sociais, mas manteve um discurso antigo.

Já o ex-presidente Lula disse que é necessária uma revolução no PT. Segundo ele, o partido perdeu a utopia. Ou seja, a capacidade de inspirar sonhos.

Lula afirmou que os petistas estão mais preocupados com cargo, emprego e eleição.

Foi um desabafo forte do ex-presidente, talvez inspirado pelas palavras de Felipe González.

O governo já esperava o resultado ruim da pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo. O Palácio do Planalto tinha estudos internos que indicavam nova queda de popularidade tanto da presidente Dilma Rousseff como do governo.

Ministros avaliam que são as más notícias na economia, como inflação alta e medo do desemprego, que derrubaram ainda mais a popularidade da presidente. E o pior é que a economia ainda deverá piorar antes de começar a melhorar.

Já a oposição diz que a pesquisa mostra que Dilma mentiu na eleição do ano passado.

Para o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, a petista estaria pagando o preço de tomar as medidas duras na economia, o que, na campanha presidencial de 2014, havia dito que não faria.

O Data Folha mostrou que 65% do eleitorado avalia Dilma como ruim ou péssima.

É uma avaliação semelhante à do então presidente Fernando Collor pouco antes do impeachment, quando ele teve taxa de reprovação de 68%. O resultado da pesquisa é, portanto, um retrato da fraqueza política do governo Dilma.

ISABELA HORTA 

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