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Força Nacional será enviada a MS para impedir confronto entre índios e fazendeiros

 

O governo decidiu enviar tropas da Força Nacional para o Estado do Mato Grosso por causa do acirramento da tensão entre índios e fazendeiros.

Uma portaria do Ministério da Justiça publicada nesta sexta-feira (29) autoriza o emprego imediato da força para impedir confrontos no Cone Sul do Estado e na Terra Indígena Buriti, em Sidrolândia (a 70 km de Campo Grande). Seu período de atuação será de 90 dias e pode ser prorrogado.

As tropas, que atuarão com a Polícia Federal e forças estaduais, chegarão a Mato Grosso do Sul no momento em que se encerra um prazo dado por associações de agricultores locais para a solução dos conflitos agrários no Estado.

Elas têm dito que, caso as autoridades não apresentem até este sábado (30) uma proposta para acabar com as disputas de terras, confrontos violentos poderão ocorrer.

A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) marcou para 7 de dezembro um leilão que levantará recursos para a defesa dos agricultores em áreas de disputa. A organização diz que já foram arrecadadas cerca de mil cabeças de gado e toneladas de grãos para o evento, batizado de “Leilão da Resistência”.

Segundo o presidente da Acrissul, Francisco Maia, os recursos servirão para que os fazendeiros contratem três tipos de profissionais: advogados, antropólogos incumbidos de contestar os estudos que embasam as demarcações e empresas de segurança.

Para os índios, não há novidade na postura dos fazendeiros. “Eles já têm agido com violência nos últimos dez, quinze anos”, diz o líder guarani kaiowá Tonico Benites. Ainda assim, ele afirma que a crescente animosidade no Estado é preocupante e que o leião financiará a criação de uma “milícia” contra os índios.

Fonte: Redação / BBC Brasil

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