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Gêmeas fazem cirurgia de readequação de sexo em Santa Catarina, primeiras no Brasil

Momento da primeira cirurgia

Médicos de um hospital da rede privada de saúde de Blumenau (SC) realizaram uma cirurgia de readequação de sexo em duas gêmeas de 19 anos. Os procedimentos aconteceram na quarta e na quinta-feira (11).

As irmãs nasceram com o sexo biológico masculino, mas discutem a transição para o feminino desde antes da maioridade. Elas começaram o tratamento hormonal por volta dos 15 anos.

Embora a cirurgia tenha sido feita na rede particular, o procedimento é disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, dos cinco hospitais públicos brasileiros que prestam esse serviço, nenhum fica em Santa Catarina.

 As cirurgias das irmãs duraram 5 horas cada. Segundo o hospital, as duas se recuperam bem e estão de repouso no mesmo quarto. Elas permanecerão internadas por três dias.

A cirurgia aconteceu no Hospital Santo Antônio e os médicos responsáveis foram José Carlos Martins Junior e Cláudio Eduardo, especializados em cirurgia trans e feminização facial. De acordo com o hospital, é a primeira vez que gêmeas passam por esse tipo de procedimento no Brasil.

Em 2020, novas regras para a cirurgia de transição de gênero foram aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A resolução amplia o acesso à cirurgia e também ao atendimento básico para transgêneros.

A norma reduziu de 18 para 16 anos a idade mínima para o início de terapias hormonais e define regras para o uso de medicamentos para o bloqueio da puberdade.

Procedimentos cirúrgicos envolvendo transição de gênero estão proibidos antes dos 18 anos. Antes era preciso esperar até os 21 anos.

Em entrevista ao G1, o pesquisador Rodrigo Moretti, professor e pesquisador do departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), afirmou que a busca de pessoas transexuais interessadas em fazer a cirurgia de readequação de sexo diminuiu nos último anos.

Isso porque antes do decreto nº 8.727 de abril de 2016, que trata sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis ou transexuais, a cirurgia era obrigatória para que a pessoa pudesse modificar seus documentos.

“A cirurgia é o último recurso, muitas vezes a população necessita só da modificação das características secundárias, que o uso de hormônio as vezes dá conta, sem a necessidade de alteração genital”, afirmou Rodrigo Moretti.

A portaria nº 2.836, de dezembro de 2011, instituiu a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Ela trata sobre o direito da cirurgia de readequação de sexo e o uso de hormônios. O objetivo geral da portaria é promover a saúde integral da população LGBT.

Com informações da mídia local.

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