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Gestantes e mães são as que mais sofrem no Brasil atual

Elas sofrem

O cenário brasileiro pós pandemia é assustador. São milhões de pessoas passando fome e outras milhões que não têm o suficiente para fazer ao menos três refeições por dia.

Em São Gabriel do Oeste – MS, não é diferente. Apesar da cidade ser considerada rica por ser uma das maiores produtoras de grãos e suínos do país, a fome está presente em muitas casas.

A situação das gestantes e puérperas é ainda pior. Aquelas que não perderam o emprego durante a pandemia, não conseguem sustentar a casa somente com o salário maternidade ou outro auxílio.

Geralmente, estas mulheres já têm outros filhos e é praticamente impossível sustentar todos com um emprego (do companheiro ou dela própria).

A exclusão social e a fome são o começo do problema para mulheres que, muitas vezes, não são tratadas com o mínimo de dignidade.

A violência passa por dentro de casa, pelos consultórios médicos e até mesmo pelos hospitais. São mulheres que enfrentam preconceitos, racismo e, principalmente, indiferença. A violência as atinge de todas as formas.

Após uma experiência pessoal de gestação, uma jornalista e sua mãe criaram um projeto social para auxiliar outras mães. Assim surgiu o Projeto Brilha Gestante.

O Projeto Brilha Gestante começou em julho de 2021 com o propósito de acolher, amparar e dar assistência a gestantes e puérperas de baixa renda da cidade de São Gabriel do Oeste – MS.

Dar assistência a uma gestante é ir além de comprar fraldas descartáveis ou doar roupas usadas.

Essas mulheres estão sensibilizadas e sofrem, além das dificuldades comuns às grávidas, com a exclusão social.. Estar à margem da sociedade é um problema enfrentado por milhões de mulheres e a gestação aumenta exponencialmente suas dificuldades.

Alguns dos principais problemas encontrados pelas coordenadoras do projeto são: falta de informação sobre procedimentos médicos e acompanhamento da gestação, locomoção das casas até as unidades de saúde/hospitais, violência obstétrica, falta de itens de higiene para o bebê e para a mãe, falta de rede de apoio quando o bebê nasce, dificuldade para solicitar auxílio maternidade ou outro auxílio que tenha direito e, principalmente, falta de alimentos suficiente para a gestante e família.

O Projeto é voluntário e sem fins lucrativos.

A equipe conta com o apoio de profissionais de várias áreas, dentro e fora de São Gabriel do Oeste. Até o momento, a equipe é formada por advogadas, enfermeiras, médicas, contadoras, costureira, terapeuta, jornalista, entre outras.

Durante estes nove meses de Projeto, foram atendidas mais de 40 famílias.

Algumas necessitam apenas de comida, então são enviadas cestas básicas e alimentos complementares para gestantes e crianças como frutas, leite, carne e ovos.

Outras precisam de roupas, eletrodomésticos ou apenas de orientação, pois estão com dificuldades na gestação.

Os casos mais graves que envolvem violência contra a mulher ou problemas de saúde são acompanhados por outros profissionais, inclusive do município.

RPP

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