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Guedes e seus malabarismos para dizer que CPMF não é CPMF

O ministro da Economia, Paulo Guedes, parece não ter limites para inventar desculpas para dizer que a recriação da CPMF não é a recriação da CPMF.

Seria, disse ele hoje, “uma tributação sobre transações que pegaria, por exemplo, pagamentos feitos por celular.”

É claro que é impossível taxar “pagamentos feitos pelo celular”.

E se for por tablet?

E notebook?

E cartão na maquininha?

E no caixa automático?

Todas são, igualmente, transações digitais.

Quer dizer que, para não pagar, precisaremos voltar ao cheque?

Qual é o sentido de diferenciar a transação feita por meio eletrônico ou físico, no papel, senão a de fazer retroceder a evolução natural dos meios de pagamento?

O número de transações digitais no Brasil passa de 500 bilhões, enquanto os cheques não passam de 400 milhões.

Ou seja, mais de mil operações eletrônicas para cada folha de cheque, que persiste no popular “pré-datado” e nas transações que envolvem maiores valores.

“Você nem vai passar mais em banco, [vai] transferir dinheiro pelo celular. Como vai tributar essa transação?

Essa transação digital?

Você precisa de um imposto. Tem que ter um imposto para transação digital”, declarou ele ao G1.

O senhor Guedes deveria saber que o fato gerador de impostos é o tipo de transação, não a sua forma.

Quer dizer que se eu comprar um bem em cheque eu pago menos que pelo meio digital?

Isso é uma grossa estupidez, mas vale tudo, inclusive passar por burro diante de uma imprensa que não questiona coisa alguma, para insistir na ideia de que um imposto sobre movimentações financeiras é a saída para o país.

Fernando Brito

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