Para perceber o que contém a afirmação de Jair Bolsonaro de que “só há democracia e liberdade quando as Forças Armadas querem”, basta que se substitua quem a diz.
Imagine o comandante do Exército, numa solenidade, dizendo que “só há democracia e liberdade quando as Forças Armadas querem”.
Ou Donald Trump dizendo que “só há democracia e liberdade quando o US Army quer”
Ou qualquer governante eleito dizendo que as liberdades constitucionais dependem de que os militares as queiram respeitar.
Isso é próprio para áreas controladas pelo tráfico ou pelas milícias, onde a liberdade das pessoas está sujeita a um bando armado que tem como regra apenas querer ou não querer, não para um país ao menos formalmente democrático.
Jair Bolsonaro, que ele próprio já o declarou várias vezes que aprecia sem restrições governos sem liberdade e sem democracia, como a ditadura militar que tivemos.
Suas palavras são o transbordamento do que pensa e não adianta vir o General Mourão emendar o soneto, porque todos viram que há um tiranete vestindo a faixa presidencial.
Numa democracia, o nome do que Bolsonaro faz é subversão da ordem constitucional, ainda que quem a faça seja o Presidente da República.
Infelizmente, nossas instituições que são valentes com os fracos, vão miar diante deste absurdo.
Até o Olavo de Carvalho guru dos Bolsonaros, abandonou o barco e aconselhou os seus alunos e seguidores a deixar o governo.
A verdade aparece muito rapidamente aos olhos dos brasileiros. O ditador, defensor de torturador não conseguiu disfarçar por muito tempo, a surpresa é de que bastaram pouco mais de 60 dias para a camuflagem se desfazer.
Agora o povo sabe de como foi verdadeiramente enganado. Por falta de aviso não foi.