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Jair, o Messias, vomita fúria

Em encontro com empresários de supermercados Jair vomita fúria e palavrões

Quem acompanha futebol sabe que o maior sinal de que um time está apavorado com a derrota é distribuir botinadas.

E é o que faz, cada vez com mais desequilíbrio o sr. Jair Bolsonaro, como acaba de mostrar num evento da Associação Brasileira de Supermercados – aliás, um antro de reacionários faz décadas.

“Bolsonaro discursa aos gritos, usa palavrões e diz a empresários que eleição pode ser conturbada“, diz a chamada da Folha.

Pode ser conturbada?

Será que ele acha que não está sendo, com um presidente que chama o Ministro da Defesa e as Forças Armadas a se arrogarem “fiscais” do processo eleitoral e até sugerir que militares façam a apuração dos votos?

Lamentou-se de que ‘“em mais da metade do meu tempo, eu me viro contra processos.”

No que resta, claro, dedica-se a andar de a jet sky , de moto, a cavalo, visitar cultos e formaturas militares.

Diz que “Deus que está no céu” não vai permitir que seja preso, o que sugere ser a intenção de Lula:

“Eu vi o ‘nine’ [referência aos 9 dedos de Lula] falando que eu vou perder a eleição e vou perder minha família. Está achando que vai me intimidar, pô? Dando recado…”

O fantasma de ser preso não devia afligir um homem à prova de qualquer suspeita como ele, não é?

Despejando palavrões como perdigotos, Bolsonaro disse aos empresários que, mesmo não sendo “o fodão”, já mostrou que tem pulso firme para dirigir o país, sem esclarecer para onde.

Não devem ter sido poucos os presentes a sentirem no ar o cheiro do medo, em geral a raiz profunda da fúria.

A certeza mais concreta do encontro foi que ele conseguiu afastar vários empresários, antes aliados.

Fernando Brito

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