Anunciado como ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, o general Fernando Azevedo e Silva já fala em entregar a base de Alcântara para estrangeiros.
Ele disse, na quinta (22), que cogita firmar convênios para autorizar o uso das instalações para lançamento de satélites por outros países.
O atual presidente Michel Temer já havia retomado negociações com os Estados Unidos para o uso da base, que fica no Maranhão.
Segundo o futuro ministro, ele ainda precisa se aprofundar melhor no tema, mas essa seria uma forma de tornar o local autossustentável.
“É bom para gente, é bom para quem quem requisitar aquilo. A ideia é mais ou menos é essa”, disse.
De acordo com ele, a base não seria norte-americana, poderia ser utilizada por outros países. “Não é base militar americana. É pra quem se dispor a usar, para lançar satélites”.
O governo Temer já havia declarado que tinha a intenção de impulsionar o programa espacial brasileiro, permitindo lançamentos de satélites a partir de Alcântara.
Segundo a gestão, a maioria dos foguetes e satélites leva tecnologia norte-americana e, por isso, seria importante um acordo com o país.
O grande problema é conciliar interesses nacionais e norte-americanos.
De um lado, seria necessário preservar a soberania brasileira, o que implica em o país ter informações sobre os lançamentos; do outro, os Estados Unidos querem proteger sua propriedade intelectual.
A ideia inicial dos norte-americanos, em 2002, era usar a base de Alcântara com sigilo total sobre seus equipamentos.
A proposta foi barrada pelo Congresso Nacional à época, e as discussões só foram reiniciadas neste ano.
E o ministro da defesa já estuda essa viabilidade.