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‘Não estou nem aí’, diz Barbosa cotas para negros na magistratura

Ao comentar se o resultado do Censo do Judiciário poderia abrir um debate no órgão sobre a adoção de cotas para ingresso na magistratura, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, disse que não estava “nem aí”.

 

“Não sei, não sei, não sei. Estou de saída (ele vai se aposentar neste mês). ”Es ist mir ganz egal” (expressão em alemão que, em português, significa ”para mim, tanto faz”). Não estou nem aí”, disse.

 

Publicado nesta segunda-feira, o Censo mostrou que a maioria dos juízes brasileiros é formada por homens brancos. De acordo com o levantamento, 64% dos juízes são do sexo masculino. Os que se declararam brancos somam 84,5%. Somente 14% se consideram pardos, 1,4%, negros e 0,1%, indígenas.

 

Cotas nas universidades

 

Em abril de 2012, o STF decidiu que as cotas raciais nas universidades eram constitucionais. Por unanimidade, os ministros julgaram que as políticas afirmativas não violavam o princípio da igualdade e não institucionalizavam a discriminação racial, como defendeu o DEM, autor da ação julgada.

 

O mais aguardado dos votos foi dado por Barbosa, único negro a integrar o Supremo, que, na semana anterior ao julgamento, disse ser vítima de racismo na própria Corte. O ministro defendeu a adoção das cotas. “Na história não se registra na era contemporânea nenhuma nação que tenha se erguido da condição periférica à condição de potência política mantendo no plano doméstico uma política de exclusão, aberta ou dissimulada, pouco importa, em relação a uma parcela expressiva de sua população”, afirmou na época.

Fonte: Agencia Brasil/ Foto: web

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