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O BRASIL DESTRUIU 566 MIL EMPREGOS NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

O desemprego volta aumentar

Persiste a queda nas vagas de emprego com carteira assinada. Na comparação com mesmo período do ano anterior, foram destruídos 380 mil empregos com carteira assinada, nos últimos três meses, segundo o IBGE.

O mais assustador, no entanto, é a comparação com o período de três meses imediatamente anterior: houve uma destruição total de 566 mil postos de trabalho, sendo 328 mil empregos no setor privado e 214 mil no setor público, com perdas também de 24 mil vagas no emprego doméstico!

O que está segurando o emprego no Brasil são trabalhos sem carteira, no serviço público e, principalmente, por conta própria.

Na comparação com o trimestre anterior, a indústria perdeu 345 mil postos de trabalho.

Em relação ao ano anterior, o número de pessoas trabalhando por “conta própria” cresceu 720 mil. O número de postos criados no setor público, por sua vez, cresceu 196 mil.

A renda do trabalhador está caindo fortemente. Os empregos com carteira assinada destruídos, tem salários bem maiores que os empregos por “conta própria”.

Um trabalhador com emprego no setor privado, com carteira, tem renda média mensal de R$ 2.135,00, na estimativa do IBGE para os últimos três meses até janeiro 2019.

Os empregos por conta própria oferecem renda média mensal de R$ 1.679,00.

 Desemprego sobe e atinge 12,7 milhões de pessoas após dois trimestres de queda

A taxa de desocupação ficou em 12% no trimestre encerrado em janeiro

Após duas quedas consecutivas, a taxa de desocupação voltou a subir e ficou em 12% no trimestre móvel fechado em janeiro, acima dos 11,7% registrados no período encerrado em outubro pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O aumento representou a entrada de 318 mil pessoas na população desocupada, totalizando 12,7 milhões de trabalhadores nessa condição. Já a subutilização da força de trabalho ficou em 24,3% no período, somando 27,5 milhões de pessoas nesse grupo.

“Com a entrada do mês de janeiro, houve um aumento da taxa de desocupação. É algo sazonal, é comum a taxa aumentar nessa época do ano por causa da diminuição da ocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Apesar da sazonalidade, Cimar destaca que este trimestre fechado em janeiro foi menos favorável que os mesmos períodos de 2018 e 2017. “Ano passado houve estabilidade na população ocupada e na desocupada, enquanto, neste ano, cresceu o número de desocupados”, complementa.

Já a categoria dos trabalhadores por conta própria cresceu 1,2% na comparação com o trimestre anterior (23,9 milhões de pessoas), o que significa um aumento de 291 mil pessoas neste contingente.

Por outro lado, caíram os empregados do setor privado sem carteira assinada (-321 mil pessoas, de um total de 11,3 milhões) e os trabalhadores do setor público caíram 1,8% (11,5 milhões).

Enquanto isso, os empregados do setor privado com carteira assinada permaneceram estáveis (32,9 milhões), assim como os trabalhadores domésticos (6,2 milhões).

“Tivemos queda no contingente de empregados do setor privado e no setor público. No primeiro, isso atingiu, principalmente, os trabalhadores sem carteira assinada.

Apesar disso, a informalidade aumenta ainda mais, com influência do crescimento dos trabalhadores por conta própria”, diz Cimar.

Enquanto isso, o grupo de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões) e na força de trabalho potencial (8 milhões), assim como as desalentadas (4,7 milhões), apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior.

Já a população fora da força de trabalho aumentou em 403 mil pessoas, somando 65,5 milhões no trimestre fechado em janeiro.

Quanto às atividades, houve redução em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (queda de 2,2%, ou 192 mil pessoas), Indústria (2,9%, ou menos 345 mil) e outros serviços (2,8%, ou menos 139 mil).

Por outro lado, houve aumento no grupo Transporte, armazenagem e correio (2,8%, ou mais 129 mil pessoas).

Rodrigo Paradella

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