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“Pancada” do STF em Aécio atinge Temer em cheio

Tanto na base aliada quanto no governo, há sinais de preocupação, apontam jornais

Cai o rei de paus A decisão do Supremo de afastar o senador Aécio Neves (MG) do mandato é um revés não só para o tucano, mas também para Michel Temer. Com essa tacada, o STF deixou sem líder a ala do PSDB que prega o suporte ao presidente e deu mais poder a Tasso Jereissati (CE) — que defendeu o fim da aliança com o governo quando Temer foi denunciado pela primeira vez. Somados, os fatores podem reacender a crise existencial tucana e acabar com o clima de estabilidade na base governista.

Abortar a missão A reviravolta para Aécio ocorre no momento em que deputados próximos a ele voltavam a questionar a permanência de Tasso como presidente interino do PSDB, sob o argumento de que ele não expressa o pensamento da maioria da legenda.

Doeu Diversos tucanos usaram a mesma expressão para definir o impacto da decisão do Supremo: “uma pancada”. Aliados disseram que Aécio ficou arrasado com a notícia e ressaltaram que a maior manifestação contra a posição da corte veio de Renan Calheiros (PMDB-AL), não de um correligionário.

Gente que faz Renan, aliás, é o patrono da tese de que o Senado precisa confirmar a determinação do Supremo. Queria, inicialmente, que a Mesa Diretora desse cabo do assunto. Sem um sinal verde, passou a articular a votação pelo plenário.

Choro geral Aliados do ex-ministro José Dirceu (PT-SP), que teve a pena aumentada para 30 anos de prisão nesta terça (26), classificaram a decisão do TRF-4 como uma “aberração jurídica”.

Veio fervendo O PT esperava o pedido de desfiliação de Antonio Palocci, mas ficou surpreso com o tom adotado pelo ex-ministro na carta enviada a Gleisi Hoffmann, presidente da legenda.

Começou Integrantes do centrão vão insistir no discurso de que é preciso fatiar a denúncia contra Temer para mandar um recado ao Planalto: gostam do presidente, mas não de seus auxiliares.

Novo round Os advogados de defesa de Wesley Batista deram entrada em uma reclamação no Supremo pedindo a libertação do dono da JBS. Na peça, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmam que a Justiça Federal usurpou competência do Supremo ao decretar a prisão do empresário.

Tudo conectado Os advogados sustentam que a acusação contra Wesley faz menção a trechos do acordo de colaboração premiada dos irmãos Batista, o que transferiria ao STF a prerrogativa de analisar o caso.

Paparico O procurador Ângelo Goulart Villela pediu que a CPI da JBS transformasse sua convocação em convite. Foi prontamente atendido.

Sem revanche O procurador já enviou recados de que, em seu depoimento, não fará ataques à “instituição Ministério Público”. Disse que não quer desgastar o órgão no qual ainda tem esperança de voltar a trabalhar.

Atraso estratégico O ex-presidente Lula decidiu adiar a viagem que faria à região da Renca, na Amazônia, depois que Temer suspendeu o decreto que extinguia a reserva. A intenção era visitar a área nos dias 4 e 5 de outubro.

Prioridades Depois do recuo do governo, o PT avaliou que não valia a pena ir ao local nas datas previstas porque coincidiria com o Círio de Nazaré, a maior procissão religiosa do Brasil.

Menos é mais? O governo Geraldo Alckmin concluiu etapa da licitação para contratar a empresa que vai capitanear sua comunicação digital. Uma das participantes, a Moringa, apresentou proposta com desconto de quase 80% no valor do contrato: cerca de R$ 7,5 milhões.

Dúvidas A gestão agora quer saber se a empresa pode executar tudo o que promete.

TIROTEIO

Conheço os cheques pré-datados, mas Lula apresentou uma inovação: o cheque não datado, para ser usado ao gosto do freguês!
DO DEPUTADO ESPERIDIÃO AMIN (PP-SC), que ironizou os recibos preenchidos com datas inexistentes e entregues pela defesa do ex-presidente à Lava Jato.

CONTRAPONTO

Gato escaldado

Ao se deparar com três cabines de votação instaladas no plenário da Câmara, um deputado perguntou para a colega Maria do Rosário (PT-RS) o motivo pelo qual os equipamentos estavam ali.

As urnas serão usadas para a eleição do Parlamento Jovem, um programa em que 78 estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas são eleitos, tomam posse e simulam o cotidiano do Congresso.

A petista, porém, não estava a par da atividade.

— Ih, não sei… — respondeu Rosário, que emendou:

— Mas quando elas estão aí é porque eles querem derrubar alguém!

Por Painel

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