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PERNAMBUCO ABRAÇA DILMA E DA VOTAÇÃO EXPRESSIVA

O segundo turno das eleições presidenciais deixou um gosto amargo para o PSB pernambucano.

 

Nem mesmo o apoio do governador João Lyra Neto, do governador eleito, Paulo Câmara, do prefeito do Recife, Geraldo Julio, e nem mesmo da família do ex-governador Eduardo Campos, foram suficientes para alçar Aécio Neves (PSDB) à vitória no Estado.

 

A presidente Dilma Rousseff, que no primeiro turno ganhou em todos os estados do Nordeste, exceto Pernambuco, reverteu o cenário e obteve 70,2% dos votos dos pernambucanos, equivalente a vantagem dela sobre o adversário em nível Brasil, que foi de 3,4 milhões de votos.

 

O processo de reversão, contudo, pode ser atribuído em grande parte à uma maior participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral da petista.

 

Na primeira fase das eleições, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara foi escolhido poro Campos para disputar a sua sucessão.

 

Apesar do apoio do padrinho político, que tinha uma administração extremamente bem avaliada, a candidatura de Câmara não evoluiu como o esperado.

 

A situação mudou com a morte prematura de Campos em um acidente aéreo no dia 13 de agosto, quando viajava para Santos (SP) para um evento da sua campanha presidencial.

 

Na sequência, Marina Silvam que ocupava a vaga de vice na chapa presidencial do PSB, foi elevada à condição de cabeça de chapa com a benção da família Campos, que de certa forma transferiu a responsabilidade do projeto nacional do ex-governador para a ambientalista.

 

A combinação provocada pelo clima de comoção em função da tragédia que vitimou o ex-governador, a avaliação positiva das duas gestões do PSB no Estado e o apoio quase que imediato de Renata Campos, viúva de Eduardo, bem como do restante da família, alavancaram as candidaturas socialistas e, também, influenciaram na corrida presidencial.

 

Paulo Câmara foi eleito governador com 68,8% dos votos válidos, contra 31,07% do rival Armando Monteiro Neto (PTB), a maior votação proporcional dentre todos os governadores eleitos do país.

 

O PSB também conseguiu eleger o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho para o Senado, derrotando o petista João Paulo. Vale lembrar, que neste pleito, o PT pernambucano não conseguiu eleger nenhum parlamentar para o Congresso Nacional.

 

Em nível nacional, Dilma registrou 44,22% dos votos válidos contra 48,05% de Marina. Já o tucano Aécio Neves teve 5,92% da preferência do eleitorado estadual, a pior votação do tucano em nível nacional.

 

Respaldado por este capital eleitoral e lastreado pelos “pontos em comum” dos programas de governo e por uma vontade conjunta de derrotar o PT, o PSB anunciou que estaria no palanque de Aécio logo após o primeiro turno.

 

Expectativa era de que o legado político de Campos e o fortalecimento da sigla socialista impulsionassem a candidatura tucana, reduzindo significativamente a vantagem de Dilma no Nordeste, reduto tradicional do PT.

 

A entrada de Lula neste cenário, porém, mudou o quadro que se mostrava favorável ao PSB e ao PSDB. Lula realizou viagens à Região e não perdeu oportunidades de participar de atos de campanha pela reeleição de Dilma na Região Metropolitana do Recife e também no interior.

 

A abertura das urnas neste domingo comprovou a força política do petista e que a transferência de votos esperada pelo PSB não havia funcionado como o esperado.

 

Dilma ganhou em Pernambuco com 70,61% dos votos válidos, embora abaixo dos 75% conquistados em 2010. Aécio Neves registrou 29,8% dos votos válidos.

 

O tucano venceu apenas em uma única cidade pernambucana, em Taquaritinga do Norte, e ainda assim por um placar apertado de 51,52% contra 48,48%.

 

Apesar da virada expressiva, o PSB pernambucano não foi “limado” como pode-se pensar.

 

A votação expressiva obtida opor Paulo Câmara e a força do PSB no Congresso – que pode ser ampliada caso a fusão com o PPS seja concretizada – tendem a colocar o Estado com uma posição de destaque na conjuntura política nacional.

 

E assim como o PT, o PSB que esta força não poderá ser desprezada ao longo do próximo mandato.         

Fonte: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Redação

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