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PRECIADO, LIGADO A SERRA, FOI PROTEGIDO NA DELAÇÃO DE BAIANO

Baiano omitiu amigo de Serra
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Nas gravações feitas por Bernardo Cerveró, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na Lava Jato, afirmou que o lobista Fernando Baiano protegeu na sua delação premiada o empresário Gregório Marin Preciado, casado com a prima do senador tucano José Serra.

“Você vê como ele (Baiano) é matreiro. Na delação, ele conta como me conheceu, que eu era diretor e o Nestor era gerente. Que ele foi apresentado a mim por um amigo. Ele poupou. Era o Gregório Marin Preciado”, disse Delcídio.

O senador petista contou que Preciado teria participado de uma reunião na Espanha para tratar de um projeto da Petrobras no qual houve pagamento de propina.

“O Serra me convidou para almoçar outro dia (…) Ele, Preciado é cunhado do Serra. E uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei se sobre sondas ou Pasadena, mas houve uma reunião na Espanha, e existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o Gregório. O Nestor conheceu o Gregório.”

A assessoria de Serra nega a acusação, segundo reportagem de Eduardo Bresciani.

Leia abaixo matéria da Carta Capital sobre o empresário ligado a Serra:

Gregório Preciado, um novo foco para a Lava Jato?

Ligado à propina paga por Pasadena, ex-sócio de José Serra surge mais uma vez nas investigações; agora, no áudio que levou petista para a cadeia

Um desdobramento das gravações que colocaram na cadeia o senador petista Delcídio do Amaral (MS) e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, pode abrir uma nova frente de ação para a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Na semana passada, foi tornado público depoimento do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, no qual ele cita a empresa Iberbras como receptora de parte da propina de 15 milhões de dólares que viabilizou a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, da belga Astra Oil para a Petrobras.

Como mostrou CartaCapital, a Iberbras leva ao nome de Gregório Marin Preciado, um espanhol radicado no Brasil e investigado na CPI do Banespa.

A companhia está registrada no nome da filha e do genro de Preciado, que vem a ser casado com a prima do senador José Serra (PSDB-SP), de quem foi sócio e doador de campanhas. Segundo Fernando Baiano, a empresa do “primo” de Serra ficou com um valor entre 500 mil e 700 mil dólares por ter direcionado parte da propina de Pasadena.

Preciado pode ser, entretanto, mais que um operador a ter auxiliado a negociata de Fernando Baiano. Ele pode ser o comandante dos negócios geridos por Baiano.

Na gravação em que ajuda a planejar a fuga do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, Delcídio do Amaral também fala sobre Preciado. Segundo ele, Fernando Baiano estaria, nos depoimentos feitos no âmbito da delação premiada assinada com os procuradores, “protegendo” Preciado.

“A delação quando ele conta quando ele me conheceu quando eu era diretor e o Nestor era gerente que ele foi apresentado a mim por um amigo. Ele poupou ao Gregório”, diz Delcídio.

Diálogo Delcídio

No governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Delcídio do Amaral foi diretor da Petrobras, cargo superior ao de Nestor Cerveró, que viria a assumir a diretoria da área Internacional da estatal no governo Lula (PT), sob indicação de Delcídio.

Na sequência do diálogo, do qual participam Edson Ribeiro, advogado de Cerveró, e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, Delcídio cita uma reunião na Espanha investigada pelo MPF.

Segundo o petista, a força-tarefa conseguiu rastrear os participantes da reunião, menos um espanhol, que seria Preciado. “Ou seja o Fernando tá na frente das coisas mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”, afirma Delcídio no áudio, acrescentando que teria almoçado recentemente com Serra e com o próprio Preciado.

Leonardo Attuch

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