O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), se reúne nesta quarta-feira (23) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux.
O encontro, que deve também deve ter a presença do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi um pedido de Renan para que o STF não vete a quebra de sigilo do empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. As informações são de Igor Gadelha , do Metrópoles .
A Precisa Medicamentos foi a empresa responsável por intermediar a importação da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório Bharat Biotech.
O contrato é investigado por suspeita de corrupção.
Em áudio enviado pelo WhatsApp, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda relatou ao seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), ter recebido um documento para a importação de lotes da Covaxin com diversas informações divergentes do contrato fechado com a empresa Precisa Medicamentos.
A mensagem foi enviada antes de os dois decidirem levar a questão ao presidente Jair Bolsonaro, durante reunião fechada no Palácio da Alvorada, em março.
Diferente do contrato, o recibo previa pagamento antecipado de US$ 45 milhões (R$ 222,6 milhões) pela importação da Covaxin; citava entrega de apenas 300 mil doses, e não as 4 milhões previstas para o primeiro embarque; e era endereçado a uma terceira empresa, a Madison Biotech, que não era a fabricante indiana, Bharat Biotech, nem a intermediária da negociação, a Precisa Medicamentos.
O ex-diretor da Polícia Federal Rolando Alexandre de Souza foi questionado sobre o caso e disse não se lembrar se o presidente Jair Bolsonaro lhe pediu uma investigação sobre supostas irregularidades na contratação de R$ 1,6 bilhão em doses da vacina indiana.
ÁUDIO
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirma que alertou Bolsonaro sobre as irregularidades envolvendo o contrato do Ministério da Saúde para a aquisição da Covaxin. Ouça o áudio que compromete Bolsonaro integralmente em mais uma grave denúncia contra o governo – feita por um aliado. pic.twitter.com/QAUcGgpu4U
— Humberto Costa (@senadorhumberto) June 23, 2021
Diferente do contrato, o recibo previa pagamento antecipado de US$ 45 milhões (R$ 222,6 milhões) pela importação da Covaxin; citava entrega de apenas 300 mil doses, e não as 4 milhões previstas para o primeiro embarque; e era endereçado a uma terceira empresa, a Madison Biotech, que não era a fabricante indiana, Bharat Biotech, nem a intermediária da negociação, a Precisa Medicamentos.
Verificando inconsistência com o previsto no contrato para a compra da vacina, o servidor se recusou a assinar o documento e pediu que a empresa refizesse o “invoice” (recibo). Com a assinatura, a empresa poderia cobrar o pagamento 100% adiantado , o que a área técnica considerava indevido.
A ideia de levar a questão ao presidente Jair Bolsonaro partiu do deputado Luis Miranda. O parlamentar fala que, quando o irmão o procurou para tratar das suspeitas sobre a Covaxin, Ricardo relatou que não confiava em ninguém naquele momento e pediu ajuda. Uma das possibilidades estudadas pelo servidor era levar a denúncia à Justiça, mas foi convencido pelo irmão de que o melhor caminho era levar o indício de corrupção ao Presidente.
IG