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TEMER TRAI CAMINHONEIROS, QUE AMEAÇAM FAZER NOVA GREVE AINDA MAIS FORTE

Traindo os caminhoneiros

O representante do Comando Nacional do Transporte (CNT) Ivar Luiz Schmidt, líder da paralisação de caminhoneiros de 2015, diz que se a tabela de preços mínimos de frete for derrubada em acordos entre governo e lobbies de empresários de transporte, haverá uma greve pior que a última. A percepção no Whatsapp dos trabalhadores caminhoneiros é de traição à vista.

 A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está re-elaborando os cálculos e deverá apresentar um novo resultado. “Esperamos que se encontre um denominador comum e não prejudique o caminhoneiro.

Caso contrário, podem esperar uma nova rebelião”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca Lopes.

Fonseca afirma que uma tabela de preço mínimo vinha sendo negociada no Congresso antes da greve e da medida provisória ser emitida. Já Schmidt afirma que desde 2016 essa proposta vem sendo negociada, sem sucesso – ignorando as condições precárias nas quais vivem os motoristas de caminhão no Brasil.

Enquanto as empresas transportadoras se movimentam para mudar a tabela do frete mínimo, os caminhoneiros acompanham – ressabiados – o andamento das negociações em Brasília.

Nas redes sociais, os motoristas temem que o lobby dos grandes grupos consiga derrubar a tabela recém instituída pelo governo como contrapartida ao fim da greve. Mas eles prometem resistir. “Se essa tabela cair, vai ter uma greve pior que a última.

E aí não vai ter negociação, pois eles vão querer provar para o mundo que são fortes, vai ser uma grande revolta”, diz Ivar Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte (CNT).

Foi ele quem criou os primeiros grupos de caminhoneiros no WhatsApp para organizar os protestos.

Nesta quarta-feira, Schmidt participa de quase 90 grupos na rede.

“Tá todo mundo só esperando que a tabela seja derrubada para parar tudo de novo”, afirma. “E, pelo que estou vendo no WhatsApp, pode ter certeza de que isso vai acontecer.”

A tabela de preço mínimo do transporte rodoviário – definida às pressas pelo governo para interromper a greve na semana passada – é considerada a maior vitória dos caminhoneiros nos últimos tempos. Mas, diante da reação do empresariado (principalmente representantes do agronegócio), eles começam a temer que essa conquista esteja com os dias – ou horas – contados.

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