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Tentativa de suborno e ameaça a delegada revelaram vazamento de ações contra Moraes e policiais

A delegada federal Denisse Ribeiro

O esquema de coleta de dados pessoais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de delegados e agentes da PF foi descoberto durante uma investigação que envolvia uma tentativa de suborno e ameaça de morte à delegada federal Denisse Ribeiro.

A investigação, segundo informações da colunista Letícia Casado, do Uol, começou após o recebimento de emails anônimos criptografados que buscavam intimidar agentes federais ligados a investigações sob comando do magistrado.

Esses emails mencionavam informações antigas e públicas relacionadas à contratação do escritório de advocacia da família de Moraes por uma empresa que, anos depois, foi alvo da PF em um caso de fraude em campanhas eleitorais.

O caso também foi arquivado. O esquema de ameaça e intimidação era articulado por Tacitus, pseudônimo utilizado por quem enviava os emails.

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, atualmente foragido nos EUA, também teria oferecido uma recompensa de U$ 5 milhões por provas que ligassem Moraes à Operação Acrônimo.

A Polícia Federal (PF) monitorou as ameaças e identificou acessos irregulares a dados pessoais de Moraes, Denisse e o empresário José Auriemo Neto por meio do sistema Infoseg, usado para armazenar informações sensíveis de segurança pública.

Esses dados incluíam imagens extraídas das CNHs das vítimas. A investigação apontou que 17 servidores públicos realizaram consultas não autorizadas ao sistema, sugerindo a atuação de robôs.

As ameaças escalavam a cada e-mail, com o último chegando a comparar Denisse com o militar nazista Adolf Eichmann.

O remetente utilizava o serviço de e-mail criptografado Proton Mail, dificultando a identificação do responsável. Em resposta, a PF intensificou a investigação sobre o chamado “Projeto Exposed”, que buscava intimidar e expor agentes federais.

O Ministério da Justiça, responsável pelo sistema Infoseg, informou que está colaborando com as investigações da Polícia Federal.

A instituição destacou que o sistema é monitorado continuamente, e que quando detectado uso indevido, as contas dos responsáveis são bloqueadas imediatamente.

Victor Nunes

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