O autor da penúltima chacina ocorrida no Brasil, mais especificamente em Porto Alegre, apresentou-se à Polícia.
Talvez tenha sido acolhido, recebido pelo mesmo delegado que, ao fazer uma protocolar declaração para a imprensa sobre o caso que lhe foi confiado elucidar, informou que se tratava de “um grande erro” cometido por Dionatha Bitencourt Vidaletti, o assassino confesso.
Repetirei o que escrevi no texto anterior: a expressão “grande erro”, entre milicianos, bolsonaristas, sendo que essa designação política está se tornando sinônimo de “assassinato.” A expressão “grande erro” foi uma espécie de “passada de pano”, um eufemismo usado pelo delegado para não tipificar de acordo com a Lei o que houve de fato, triplo homicídio qualificado.
Foi uma chacina o que aconteceu no Lami.
O criminoso, assassino confesso de um pai, uma mãe e de um filho a quem matou a tiros de pistola 9mm na cabeça alegou que agiu em legítima defesa.
Não satisfeito em assassinar fisicamente pai, mãe e filho na frente de uma criança de oito anos, ele agora parte para a desconstrução da reputação daqueles de quem tirou-lhes a vida.
O assassinato moral é de uma crueldade tão absurda quanto a mortes da família, e tem como cúmplice a imprensa, que dá voz e sustentação à versão estapafúrdia e cínica do criminoso, sob a alegação de que a arma não era dele, que a tomou da vítima “e apenas se defendeu”.
Apenas se defendeu. Precisando executar com tiros da cabeça uma, duas, três pessoas desarmada?
As balas de cinismo e covardia, agora são disparadas para atingir moralmente as vitimas fatais da Chacina do Lami, e que também atingem os sobreviventes da tragédia.
O filho de oito anos, os amigos das vítima e seus parentes.
Os sobreviventes são atingidos mortalmente na sua honra e dignidade, pelo cinismo das declarações de um cruel e frio assassino, que tenta culpar suas vítimas pelo seu próprio crime.
O assassino termina fazendo da imprensa sua cúmplice, validando mais um capítulo de uma tragédia que se torna rotina no Brasil.
No Brasil se vive um regime político controlado por milicianos.
O caso Zanetti é o espelho de um país governado por uma quadrilha de psicopatas.
Quem serão os próximos?
Diógenes Allende/cljornal