Tempo - Tutiempo.net

Acusado de incendiar casa e matar 4 filhos e enteada vai a júri popular nesta quinta-feira

Alan Tiago Alves

Começa na manhã desta quinta-feira (10), no município de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador, o júri popular do homem acusado de atear fogo na casa onde morava e matar os quatro filhos e enteada que estava grávida. A esposa e outra filha sobreviveram ao atentado.
O crime ocorreu em janeiro de 2017. O julgamento, com início marcado para as 8h, será presidido pela juíza Márcia Simões Costa, titular da Vara do Júri da Comarca de Feira de Santana.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) pede a condenação do suspeito por homicídio triplamente qualificado e também por tentativa de homicídio contra uma filha, que sobreviveu ao ataque.
O órgão também pede condenação por tentativa de feminicídio contra a esposa, outra sobrevivente do atentado.
A promotora Semiana Cardoso classificou o crime como “muito cruel” e disse que já se tem provas suficientes para condenar o suspeito. A pena dele pode pegar até 30 anos de prisão.

O crime ocorreu no dia 4 de janeiro de 2017. O suspeito foi preso dois dias depois do crime e confessou a chacina.
A enteada do suspeito, o bebê que ela esperava, o filho dela, de um ano, e três filhos do suspeito, de 8, 9 e 13 anos, morreram na tragédia. A mulher dele, de 37 anos, e uma criança de 3 anos, filha do casal, conseguiram escapar da casa incendiada.

Após ser preso, Gilson relatou que pode ter tido um surto e que, por isso, incendiou a casa. A polícia, no entanto, acredita que o crime tenha sido premeditado.

Gilson e a mulher estavam junto há 15 anos e, segundo a polícia, tinham brigas constantes por causa dos ciúmes dele. Na noite do crime, conforme a investigação, o casal brigou porque a mulher estaria dançando em uma festa de réveillon. A polícia disse que essa discussão pode ter motivado o crime.
Há dez anos, conforme a polícia, o homem deu duas facadas na mulher depois de uma briga por ciúmes e quebrou objetos em casa.
Gilson, no entanto, negou em depoimento qualquer desavença com a família e insistiu que não teve motivos para matar a família. Ele disse à imprensa que comprou o galão com cinco litros de gasolina para colocar na moto da mulher.

De acordo com a polícia, após cometer o crime, Gilson fugiu para a cidade baiana de Capim Grosso de carro. Depois, deixou o carro na cidade, e foi para Jacobina, no norte do estado. Ele também passou pela cidade de Irecê, no centro-norte, antes de retornar para Campim Grosso e Feira de Santana. Conforme a polícia, ele teria voltado à cidade da chacina para vender o carro e, com o dinheiro, fugir para outra cidade. O suspeito disse, no entanto, que voltou para se entregar.
Gilson não tinha até então nenhuma passagem pela polícia. Após a chacina, ele passou a responder por por cinco homicídios consumados, duas tentativas de homicídios e um aborto – pois uma vítima estava grávida.

A polícia também descartou a participação de outra pessoa no crime ou mesmo ajuda de terceiros para que o suspeito fugisse após a chacina.

G1

OUTRAS NOTÍCIAS