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Festas na ‘Casa dos Anjos’ tinham estupro de crianças; menina de 13 anos engravidou

Fiuza dono da casa dos anjo já participou do programa de Jô Soares

O influenciador digital e atleta Rodrigo Fiúza, de 48 anos, foi preso por

envolvimento em um esquema de exploração sexual infantil em Belo Horizonte (MG) que ocorria em uma mansão na Pampulha apelidada de ‘Casa dos Anjos’.

Fiúza é alvo da ‘Operação Angel’, da Polícia Civil, que desde o fim de novembro já prendeu outras pessoas envolvidas com estupro de crianças e aliciamento de menores.

As autoridades informaram que o grupo investigado era composto por empresários e figuras conhecidas da ‘alta sociedade’ de Belo Horizonte. Foram apreendidos diversos equipamentos eletrônicos com pornografia infanto-juvenil.

Em matéria publicada nesta sexta-feira (18), o repórter Amaury Ribeiro Jr. apurou que Rodrigo Fiúza e Risk Saraiva, de 42 anos, são os principais suspeitos de terem engravidado uma menina de 13 anos durante uma das festas na ‘Casa dos Anjos’.

A menina de 13 anos foi drogada e violentada no local. Ela engravidou, perdeu 10 quilos durante a gestação e precisou ser submetida a um parto prematuro, pois os médicos alertaram que ela corria risco de morte se continuasse a gravidez. O bebê nasceu debilitado e com 7 meses.

Além das amostras de DNA do bebê, que nasceu há cerca de um mês, e da menina, foram colhidas amostras de Fiúza e Risk, que são amigos. Nos próximos dias, a Justiça de Minas Gerais deve liberar os resultados.

As ‘festas’

As festas privadas ocorreram de março a junho de 2020 — período em que o Brasil era assolado pela ascensão da primeira onda da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com as investigações, Fiúza é o proprietário da ‘Casa dos Anjos’. Em uma das festas, a menina de 13 anos foi drogada com loló (versão tóxica e mais barata do lança-perfume) e estuprada por Risk.

“Como eu estava totalmente drogada, só fiquei sabendo que tinha ido para o quarto com Risk por intermédio de duas amigas”, contou a vítima.

Ao descobrir que estava grávida, a menina foi aconselhada por Fiúza a tomar um remédio para abortar. “Por sorte não tive sangramento. Só umas pontadas na barriga”, disse.

A adolescente foi aliciada por Fiúza em um momento complicado de sua vida. Ela teve depressão depois que o pai, que era mecânico, foi assassinado por engano por traficantes. A mãe é empregada doméstica e tem 40 anos.

Segundo a vítima, Fiúza costumava cobrar R$ 50 por convidado pelo ingresso nas festas. As meninas não pagavam nada e recebiam drogas de graça. Além de bebidas destiladas, os convidados podiam comprar loló, maconha, cocaína e “balinhas” — um preparado de drogas que era colocado na bebida.

“Além de desfilar com o celular de última geração e dinheiro colado nas roupas, ele dava um maior escândalo quando uma menina se recusava a ficar com ele. Dizia aos gritos que ele era famoso, tinha mais de 90 mil seguidores no Instagram”, contou a vítima.

“Minha filha quando saía dizia que ia passar a noite na casa de amigas. Ela só contou toda a história ao revelar que estava grávida”, revelou a mãe.

Em meados deste ano, a diarista foi surpreendida com a visita em sua casa de Fiúza e Risk, que queriam falar sobre a gravidez da sua filha.

“O Risk confessou ter tido relações quando minha filha estava drogada. Mas o Rodrigo Fiúza negou tudo”, disse a mãe da vítima.

Segundo a polícia, depois de drogadas e violentadas sexualmente, as meninas eram fotografadas nuas e as imagens expostas na internet.

O esquema passou a ser investigado quando uma foto de uma das vítimas foi acessada pela mãe na internet e a mulher decidiu procurar a polícia.

Outros envolvidos

Fiúza e Risk foram indiciados pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança (Depca) por estupro de vulnerável (praticar sexo ou ato libidinoso com criança menor de 14 anos) e exploração sexual e fornecimento de drogas a crianças e adolescentes.

Outras sete pessoas foram indiciadas, entre elas o engenheiro Leonardo Guimarães Zambrana, 40, e Lorraine Stefany, 20 anos, suspeita de aliciar meninas para as festas. Os demais indiciados respondem ao processo em liberdade. As investigações correm sob segredo de Justiça.

RPP

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