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Julgamento de militares que mataram músico com 80 tiros no Rio será nesta quarta

Carro onde estava o músico Evaldo dos Santos Rosa e sua família foi atingido por 80 tiros disparados por militares do Exército

Os 12 militares  envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de latinhas Luciano Macedo, em 8 de abril de 2019, começarão a ser julgados nesta quarta-feira (13), dois anos e meio após o ocorrido e quatro adiamentos. A audiênciaestá narcada para às 9h.

Na ocasião, militares dispararam 257 tiros de fuzil contra o carro de Evaldo, que estava indo a um chá de bebê com a família. Destes, 62 disparos atingiram o veículo.

Os militares serão julgados pelo homicídio de Evaldo e por duas tentativas de homicídio contra os parentes do músico, que também estavam no veículo. Os oficias teriam omitido socorro aos baleados.

Segundo a defesa dos militares, uma das vítimas, o catador de latinhas Luciano Macedo, é criminoso, e os soldados teriam atirado em legítima defesa, após observarem uma tentativa de assalto. Nenhuma arma, porém, foi apreendida no dia.

O catador de latinhas foi fuzilado ao tentar socorrer Evaldo. Ele morreu dias depois.

Em março deste ano, a defesa dos militares argumentou que os réus atuaram em “legítima defesa”. Advogados argumentaram que trafegar pelas ruas do Rio, “naquela época e atualmente, são verdadeiras “roletas russas”.

Segundo advogado de defesa, o músico passou “por todas as barreiras dos traficantes em dia de guerra na favela” e, “infelizmente, ele [Evaldo] se coloca em risco juntamente com todos os que estão consigo nessa situação”.

O Ministério Público Militar (MPM) pediu à Justiça a condenação de oito militares que estão no julgamento:

Tenente Ítalo da Silva Nunes
Sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva
Cabo Leonardo Oliveira de Souza,
Soldado Gabriel Christian Honorato
Soldado Matheus Sant’Anna
Soldado Marlon Conceição da Silva
Soldado João Lucas da Costa Gonçalo
Soldado Gabriel da Silva de Barros Lins

“Os acusados definitivamente, por prova segura e inconteste dos autos, não estavam em situação de legítima defesa. Os militares apertaram os gatilhos de seus fuzis sem previamente certificarem-se de quem eram as pessoas à sua frente”, diz a promotora Najla Nassif Palma e o procurador de Justiça Militar Luciano Gorrilhas.

No mesmo documento, o MPM pediu a absolvição de outros quatro militares que participaram da ação, mas que afirmaram à Justiça que não efetuaram nenhum tiro:

Cabo Paulo Henrique Araújo Leite
Soldado Wilian Patrick Pinto Nascimento
Soldado Vitor Borges de Oliveira
Soldado Leonardo Delfino Costa.

Com informnações do MP

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