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Médico do SUS desabafa sobre coronavírus e mostra realidade que o governo omite

GOVERNO FEDERAL CONTROLA INFORMAÇÕES SOBRE O CORONAVÍRUS

O proprietário e fundador da operadora de saúde Prevent Senior, onde morreu a primeira vítima do coronavírus, divulgou um áudio nas redes sociais que revela a enorme gravidade da pandemia no Brasil.

O conteúdo vai na contramão do que querem fazer crer as fontes oficiais do governo federal, sobretudo o próprio presidente Jair Bolsonaro, que insiste em menosprezar o surto do coronavírus.

O áudio é de Fernando Parrillo, que informa que foram coletados exames em 365 pessoas. Nos seus hospitais há 50 internados, 30 em UTI e, desses, 20 entubados. O restante está sendo atendido em domicílio.

O plano tem uma boa base de dados do histórico dos pacientes e, a partir delas, conseguiu identificar o desenvolvimento da coronavírus.

Ela danifica muito rapidamente o pulmão, que fica fosco e as bordas se unem.

Com isso, quem tem doença de base — hipertensão, diabetes etc –, com pulmão afetado fica muito difícil reverter o quadro, e acaba afundando em outras doenças. E tudo acontece de forma muito rápida.

O plano já teve 6 óbitos com as mesmas características.

Como a causa apresentada são as outras doenças, as estatísticas acabam prejudicadas, virá óbito normal.

E, segundo Parrillo, é o que irá acontecer nos levantamentos nacionais, devido às próprias características da pandemia. Irão morrer e não se saberá que a causa foi a coronavírus.

Na mesma linha, um médico do SUS que está na linha de frente contra o coronavírus no Rio de Janeiro divulgou um relato que mostra que a pandemia no Brasil é muito mais grave do que querem fazer crer as fontes oficiais do governo.

A omissão do governo federal na divulgação da realidade do quadro se dá não somente por interesses políticos, mas pela adoção equivocada da estratégia de “não criar pânico” na sociedade.

“Já explodiu. Estou num setor com um grave, uma estável, ambos confirmados. Cinco suspeitos dos quais dois é bem possível. Esse setor abriu ontem aqui na cidade e já lotou. Nesse ritmo não há sistema de saúde que aguente […] Minha última vaga foi para um paciente de, ATENÇÃO, 18 anos […]”, conta o médico.

O presidente deverá ser responsabilizado se persistir em omitir a realidade da pandemia no Brasil.

RPP

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