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Parceiro de Rogério de Andrade é incluído em lista da Interpol

Daniel Rodrigues Pinheiro na lista de procurados da Interpol

O juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital determinou, no último dia 5, que um ofício seja expedido solicitando para a Policia Federal a inclusão do nome do ex-subtenente da PM Daniel Rodrigues Pinheiro, de 51 anos, e de outras 11 pessoas na lista de procurados da Interpol, conhecida como difusão vermelha.

Todos são suspeitos de integrar uma organização criminosa, chefiada pelo contraventor Rogério de Andrade, que explora jogos de azar no Rio e em outros estados.

Apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como chefe da segurança pessoal do contraventor, Pinheiro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Suspeito de crimes de organização criminosa e de corrupção ativa, o ex-PM é considerado foragido.

No dia 11 de maio, o MPRJ deflagrou a Operação Calígula para prender 27 integrantes do bando chefiado por Rogério de Andrade.

Entre os 13 que estavam com a prisão decretada e não foram localizados, estão o próprio ex-subtenente, Rogério de Andrade, e Gustavo de Andrade e Silva, filho de Rogério e também suspeito de ser o segundo na hierarquia do bando. Rogério já havia sido incluído na lista de foragidos da Interpol, desde 28 de abril, por outra decisão judicial.

Assim, caso ele, o filho e o segurança sejam localizados no exterior, estarão sujeitos aos efeitos dos mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Pinheiro foi expulso da Polícia Militar em fevereiro. No dia 4 do mesmo mês, a expulsão foi publicada no boletim interno da corporação.

De acordo com um processo disciplinar, Pinheiro teve sua ligação com o contraventor comprovada por imagens de câmeras de segurança de um hospital particular, na Zona Oeste do Rio.

As imagens recolhidas pela PM mostram o então policial acompanhando o contraventor e a mulher, que havia sido ferida por um tiro no braço esquerdo, no dia 4 de setembro de 2017, dentro do estabelecimento de saúde.

Ainda segundo a decisão publicada no boletim interno da PM, o chefe da segurança particular de Rogério se valeu de sua condição de PM para manter a ocorrência na clandestinidade, já que não comunicou o fato ao seu superior.

Uma troca de mensagens de áudio encontrada pela polícia no telefone do sargento PM Márcio Araújo de Souza, chefe geral da segurança da quadrilha de Rogério de Andrade, revela que Daniel Pinheiro trabalharia com Rogério desde 1998.

Araújo está preso desde fevereiro de 2021 por suspeita de participar da morte do bicheiro Fernando Iggnácio.

“Ô parceiro! Nós entramos aí em 98, parceiro! Nós vimos tudo acontecer”, gaba-se na mensagem, trocada em 2020, com o então subtenente da PM Daniel Rodrigues Pinheiro.

Na ocasião, segundo MPRJ, Araújo era chefe do subtenente na hierarquia da contravenção. Pinheiro é apontado pelo MP como o agente escolhido por Araújo para fazer a escolta pessoal do bicheiro.

Rogério de Andrade também é suspeito de ser o mandante da morte do bicheiro Fernando Iggnácio. Genro de Castor e inimigo de Rogério, Iggnácio foi executado com tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

O crime, de acordo com investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), foi motivado pela disputa do controle de pontos de exploração do jogo do bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel, na Zona Oeste.

Agência O Globo

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