O policial Leandro Prior pediu afastamento médico da PM de São Paulo na última sexta-feira (29) após sofrer ameaças homofóbicas por causa da divulgação de um vídeo em que, fardado, beija um homem no metrô.
A autoria do vídeo não é conhecida, mas ele foi amplamente compartilhado nas redes sociais e recebeu comentários homofóbicos como “falta de respeito com sua farda, menos ainda com o juramento da bandeira” e “bicha sem vergonha, imoral, não respeita o código de conduta moral da PM.”
Segundo Leandro, porém, essas demonstrações de preconceito não são as reações mais preocupantes que o vídeo despertou: o PM relatou ao portal G1 que estaria recebendo ameaças de morte.
No momento, o policial encontra-se internado num hospital psiquiátrico até o dia 11 de julho, quando deve voltar ao trabalho, segundo seu advogado José Beraldo.
Advogado do policial, José Beraldo informou ao portal UOL que há até colegas da Polícia Militar envolvidos nas ameaças. “Estão falando que vão matá-lo a pedradas. Não pode, isso é crime de ódio, além de homofobia. A Constituição brasileira proíbe qualquer tipo de discriminação”, afirma.
O soldado registrou dois boletins de ocorrência: um por homofobia e outro por crime cibernético. O advogado também informou que pedirá a retirada dos vídeos da internet, além de identificar os responsáveis pela gravação e por subir o arquivo em plataformas online.
Quanto ao trabalho de Prior na polícia, Beraldo garante: “Prior é um policial muito honrado, um homem de bem. Ele é gay, mas é excelente policial. Na marinha, no exército, na aeronáutica tem gays que sempre desenvolveram um excelente papel, fizeram um excelente trabalho. São pessoas que tem que ser respeitadas acima de tudo.”
Nota da Polícia
Por meio de nota, a Polícia Militar diz que Leandro Prior deverá passar por uma apuração administrativa por parte da corporação por demonstrar “postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta”.
A PM afirmou ainda que está apurando as ameaças sofridas por Leandro nas redes sociais. “Além da investigação, a instituição colocou à disposição do policial militar medidas protetivas, por meio do Programa PM Vítima, da Corregedoria”, informou a PM.