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Procuradores reconheciam autoritarismo da Lava Jato e a comparavam com os “Processos de Moscou”

A Face autoritária da Lava Jato

Novos diálogos de integrantes da Operação Lava Jato entregues ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (15) pelos advogados de defesa do ex-presidente Lula revelam que os procuradores da força-tarefa se gabavam de suas atitudes autoritárias e chamavam o ex-juiz Sergio Moro de “russo”.

A defesa de Lula argumentou à Suprema Corte que “o ‘Russo’ – codinome que adaptam a seus sucessores e à própria Vara Criminal -, conscientemente ou não, remetem a Lava Jato e seu chefe às condutas autoritárias dos célebres Processos de Moscou, ocorridos no final da década de 1930”.

Os advogados de Lula também explicaram que os “Processos de Moscou, ocorridos no final da década de 1930 (na União Soviética) sob a condução do Procurador-Geral Andrey Vichinsky, é tristemente conhecido pela frase ‘Entregue-me um homem e lhe encontrarei um crime’”.

“Como demonstrado no anexo relatório pericial, ‘amostras de mensagens que comprovam que a alcunha ‘RUSSO’ não era a única utilizada para referenciar Sergio Moro. Também eram utilizadas as expressões ‘RUSSIA’, ‘RUSSA’, ‘NEW RUSSIAN’ e ‘OLD RUSSIAN’ para fazer referência de forma ‘oculta’ aos magistrados da 13ª Vara Criminal de Curitiba'”, acrescentou a defesa.

Esta é a primeira revelação de mensagens escusas envolvendo membros da força tarefa de Curitiba após o ministro do STF, Edson Fachin, anular os processos arbitrários contra Lula expedidos no âmbito da Lava Jato.

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