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Transferido de prisão, Silveira sobe o tom contra STF: “vou mostrar quem é o STF”

Daniel Silveira foi transferido da Superintendência da PF do Rio para o Batalhão Especial da PM

Na quinta-feira (18), a Polícia Federal apreendeu na cela do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) dois aparelhos de telefone celular.

Ao ser comunicado, o Supremo Tribunal Federal (STF) disse que vai determinar a abertura de um novo inquérito para apurar se este é outro crime do parlamentar.

Por determinação da Justiça, Silveira foi transferido ontem da Superintendência da PF do Rio para o Batalhão Especial da Polícia Militar do Estado do Rio , logo após a audiência de custódia.

Ao chegar ao BEP, à noite, Silveira retomou o tom desafiador. A apoiadores que estavam na porta da prisão especial da PM, ele afirmou que “vai mostrar quem é o STF”.

Os dados dos celulares serão periciados pela PF dentro do inquérito das fake news, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes , do STF.

O parlamentar defendeu que sua prisão não poderia ter ocorrido em flagrante. O ex-policial militar comparou a própria situação com uma hipótese na qual um narcotraficante é preso da mesma forma após gravar um vídeo.

Silveira foi detido após postar gravação em suas redes sociais, atacando ministros do Supremo Tribunal Federal ( STF ) e exaltando o AI-5.

Os advogados do deputado pediram a libertação do investigado, argumentando que a imunidade material concedida a parlamentares impediria a prisão, por, na visão da defesa, não ter sido confirmado o flagrante.

Eles também alegaram que, se houvesse crime, não seria inafiançável. A Procuradoria-Geral da República (PGR), por sua vez, defendeu a legalidade da prisão em flagrante e apontou a conexão do parlamentar com grupos organizados para atentar contra a Constituição e o Estado democrático de Direito.

O procurador Aldo de Campos Costa apontou que os ataques postados pelo deputado estariam disponíveis de forma duradoura na internet. O argumento foi o mesmo usado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Auxiliar de Moraes, o juiz Airton Vieira determinou a manutenção da prisão do parlamentar até que a Câmara ou o próprio ministro deliberem sobre o assunto.

A Câmara dos Deputados fará uma votação aberta e nominal hoje, às 17h, para decidir se manterá preso o deputado federal.

A expectativa, até mesmo de aliados de Silveira, é pela manutenção da prisão. Na estimativa desses aliados, o placar pela manutenção da prisão já está na casa dos 300 votos. Uma reversão é considerada muito difícil.

Carlos Sampaio (PSDB-SP), ex-promotor do Ministério Público de São Paulo, foi escolhido como relator da votação sobre a prisão.

O tucano deve ser favorável à manutenção da prisão. Com isso, seria preciso que 257 deputados votassem a favor de reverter a prisão.

Ontem, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, de quem Daniel Silveira é aliado, o presidente da Câmara, Arthur Lira, avisou que não teria votos para derrubar a prisão do deputado.

Bolsonaro, por sua vez, manteve o silêncio sobre a situação. Em quase uma hora de live na internet na noite de ontem, também não tocou no assunto.

Agência Globo

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