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A predileção por Lula

O povo quer Lula

A mídia conservadora tenta influenciar um possível governo Lula também na esfera dos direitos humanos, da igualdade de gênero e das liberdades democráticas

Não vai ser fácil, mas vamos chegar lá.

Com mobilização de massas e nitidez programática. Lula lidera todas as pesquisas eleitorais. Sua candidatura é ponto de convergência da vontade popular.

Raio de esperança.

Um movimento político, social, cultural, programático. Instrumento para derrotar o neofascismo e o neoliberalismo.

O favoritismo de Lula faz o lado de lá adotar táticas distintas. Uma delas é seguir insistindo com Bolsonaro – outra é tentar empinar a tal terceira via (Sérgio Moro ou João Doria).

E há uma mais astuta e perniciosa: aconselhar o PT e Lula – tentar nos enquadrar, domesticar. No campo da economia é onde se concentra a maioria dos esforços dessa turma.

Agora, entretanto, resolveram tentar influenciar um possível governo Lula também na esfera dos direitos humanos, da igualdade de gênero e das liberdades democráticas.

Bela Megale, colunista do “jornalão” dos irmãos Marinho, fez um textinho no último dedicado a “Informar” como Lula teria orientado o Partido dos Trabalhadores na abordagem em 2022, do que ela mesma chama de “pauta de costumes’”.

É engraçado. A matéria é tão ruim que nem seu objetivo intrigueiro consegue realizar.

Ao ler o texto todo, não sobra nada em pé. Depois de nos informar que Lula tem “deixado clara a diretriz sobre como quer que o partido trate polêmicas envolvendo a pauta de costumes que muitas vezes rondam o governo Bolsonaro, com debates ligados ao universo LGBTQ+, racismo, entre outros assuntos”, a pseudoreportagem (pois sem fontes) acaba é por referendar o compromisso de Lula e do PT com essas bandeiras: “que são e continuam a ser caras à legenda (…), calcada nos direitos humanos”.

Lula criou o programa Brasil sem Homofobia em 2004 – um conjunto de mais de 50 ações e políticas focadas na promoção dos direitos humanos e da cidadania LGBT.

Algo inédito. Aqui e no mundo.

Lula abriu a primeira Conferência Nacional LGBT no dia 5 de junho de 2008. Cerca de mil pessoas, vindas de todo Brasil – eleitas nas conferências estaduais. Lula abraçou Fernanda Benvenutty (ícone do movimento de travestis e trans), ergueu a bandeira do arco-íris e fez história.

Seu governo criou uma coordenação nacional LGBT, um plano de políticas públicas, um Conselho LGBT e uma série de  ações em vários ministérios.

Em 15 de dezembro de 2010, em uma cerimônia afetiva, de despedida e prestação de contas, com todos movimentos sociais presentes, Lula ganhou o título de “Papai Noel dos Gays” – entre outros elogios feitos pela representação do movimento LGBT na ocasião. Por inúmeras vezes, Lula faz questão de mencionar a Conferência LGBT – e se referir de maneira orgulhosa a tudo que foi realizado durante seus dois governos em prol da igualdade, da diversidade sexual e do enfrentamento à discriminação.

Recordar é viver, não é? O ano era 1981.

Na convenção fundacional e oficial petista, Lula havia cravado: “não aceitaremos que, em nosso partido, o homossexualismo seja tratado como doença e muito menos como caso de polícia; defenderemos o respeito que merecem essas pessoas”. Sim, isso foi em 1981!

O PT tem um setorial que organiza e propõe políticas públicas para nossa população desde 1991.

É e continua sendo vanguarda desde sempre nesse tema. Ou seja, não vai rolar, jornalistas da grande mídia. Não aceitaremos nenhuma distorção, omissão ou fake news.

O PT é historicamente o Partido que mais defendeu, organizou e contribuiu com o avanço da agenda LGBTI no país.

E o “paizão” Lula é aliado nosso, sim. Promotor ativo dos direitos das bichas, travas, sapatas, trans, bi e etc. Lula já fez muito por nós. E fará bem mais. A tal colunista de O globo errou feio, errou rude.

Lulão é libertário, amigo das LGBTI, avançado, comprometido com os direitos humanos.

Um cara que se orgulha de tudo que já fez de bom para impulsionar essa luta. Lula é o anti-Bozo. O oposto da masculinidade tóxica, tão cara aos neofascistas. Lula é plural, carinhoso. É doce, democrático, bem resolvido, acolhedor, amigo das LGBTI, das mulheres, dos pobres, dos negros, dos indígenas, de todas excluídas.

Lula é inclusão, diversidade – amor mesmo!

Não há ou haverá colunistinha dos Marinho que vai indispor Lulão com as gay, com as travas, com as sapatas, com as bi, com as trans, com os meninos trans, com todas e todos dessa nossa comunidade diversa e contestadora.

Julian Rodrigues é professor, jornalista e ativista do movimento LGBTI e de Direitos Humanos

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