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ALCKMIN SABOTA POR DENTRO O PSDB DE AÉCIO E SERRA

Alckmin e o seu candidato João Doria Junior

O terremoto político causado pela Operação Lava Jato provocou dois efeitos na oposição capitaneada pelo PSDB. Se, por um lado, gerou nos tucanos a percepção de perspectiva de poder, de outro, abriu uma guerra interna que poderá deixar graves feridas.

O primeiro movimento ocorreu há poucos dias, quando o senador Alvaro Dias, do Paraná, anunciou que estava trocando o PSDB pelo PV. Seu objetivo é disputar a presidência da República em 2018 e Alvaro decidiu sair quando percebeu que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tentará controlar a máquina tucana de acordo com seus interesses.

Agora, ficam evidentes também as hostilidades entre o grupo do governador Geraldo Alckmin e os de Aécio e do senador José Serra. Ao que tudo indica, Alckmin prepara seu desembarque do PSDB, com destino ao PSB, que ficou relativamente órfão após a morte de Eduardo Campos. No PSB, Alckmin também disputaria a presidência da República, fragmentando ainda mais o bloco tucano.

O primeiro sinal de que Alckmin hoje sabota por dentro o próprio PSDB foi a anúncio de que o empresário João Doria Júnior seria seu candidato à prefeitura de São Paulo. Ultraelitista, Doria é o protótipo do chamado “coxinha” e seria um nome inviável até no bairro dos Jardins.

Recentemente, o colunista José Simão ironizou a escolha afirmando que Doria teria como plataforma a criação de faixas exclusivas para Land Rovers.

A ira tucana contra os movimentos de Alckmin, que antes parecia contida, extrapolou. Blogs ligados ao senador Aécio e ao vereador Andrea Matarazzo, que pretendia disputar a prefeitura com o apoio de José Serra, acusam Alckmin de estar sabotando o PSDB – o que é verdade. Afinal, com Doria, Alckmin joga para perder em São Paulo.

Mas qual seria a lógica disso? Em primeiro lugar, enfraquecer Aécio e Serra. Em segundo, por baixo dos panos, articular o crescimento de um dos seus principais quadros na política paulista: Gabriel Chalita, que é secretário do prefeito Fernando Haddad.

Alckmin tem incentivado Chalita a trocar o PMDB pelo PDT para que ele seja vice de Haddad. Assim, se Haddad vier a ser o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2018, Chalita assumira a prefeitura.

Dias atrás, Alckmin também fez gestos em relação ao MST, sinalizando que pretende suavizar a sua imagem de direitista associado a instituições como a Opus Dei.

Seria uma tentativa de tentar ampliar seu eleitorado. Não será surpresa se, depois de Alvaro Dias, ele vier a ser a próxima dissidência do PSDB.

Leonardo Attuch

 

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